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Pouca chuva já preocupa produtor em Mato Grosso

Baixa umidade é um problema no momento em que são colhidas as variedades precoces de soja e em que se desenvolvem as plantas de ciclo de maturação mais dilatado.

Redação (22/01/2009)-  As lavouras de Mato Grosso, que até o atual estágio da safra 2008/09 estavam "imunes" aos problemas climáticos registrados em Mato Grosso do Sul e no Sul do país, também passaram a ser afetadas pela falta de chuvas. Embora não de forma disseminada e nem na mesma intensidade dos outros Estados, a baixa umidade passou a preocupar os produtores mato-grossenses no momento em que são colhidas as variedades precoces de soja e em que se desenvolvem as plantas de ciclo de maturação mais dilatado. 

O baixo volume de chuvas tem sido registrado em municípios do norte de Mato Grosso, como Sinop e Sorriso, mas a situação mais preocupante é a de cidades localizadas nas regiões oeste e sudoeste. Nos casos mais extremos, não choveu por até 20 dias em algumas localidades, segundo relatos de técnicos e produtores ouvidos pelo Valor. 

Nos primeiros 20 dias de janeiro, Cáceres, no sudoeste mato-grossense, acumulou 70 milímetros de chuvas, de acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O volume considerado normal para o mês é de 265 milímetros. Em Diamantino, foram apenas 50 milímetros – em janeiro, o volume médio de chuvas no município é de 275 milímetros. 

Nas regiões de Sinop e Sorriso, segundo o Inmet, o volume de chuvas até 20 de janeiro foi de até 160 milímetros – para o mês todo, a média para essas áreas é de cerca de 300 milímetros. A previsão é de chuvas para hoje. 

Como janeiro ainda não chegou ao fim, a baixa umidade pode ser amenizada nos próximos dias. A tendência, no entanto, é que fiquem abaixo do considerado normal para essa época do ano. Em Diamantino, por exemplo, será necessário, nos próximos dez dias, volume de chuvas quatro vezes maior que o registrado até o dia 20 para que seja atingida a média histórica. "Teria que chover muito nesses locais [para que o volume normal seja alcançado]", diz Francisco de Assis Diniz, assessor técnico do Inmet. 

"O problema maior é o da soja que está em terras arenosas, que retêm pouco a umidade", diz Odenir Ortolan, presidente do Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis. No município, onde foram plantados 360 mil hectares de soja, o volume de chuvas até o dia 20 foi de 80 milímetros, três vezes menos que o habitual em janeiro. Segundo ele, a produtividade nas lavouras de soja pode cair para 48 sacas por hectare – para o Estado, a previsão na safra 2008/09 é de produtividade de 50 sacas por hectare. Para o sudoeste, o Inmet prevê chuvas a partir do fim de semana.