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EUA temem transgênicos de fora

Sinal de alerta foi levantado ao Departamento de Agricultura (USDA), responsável pela política de importação agrícola.

Redação (26/01/2009)- O governo americano estuda medidas para impedir a entrada no país de produtos geneticamente modificados elaborados em laboratórios do exterior. A informação foi publicada na edição de janeiro da revista "New Scientist", segundo a qual a decisão seria aplicada a variedades que representassem uma ameaça à agricultura, ao ambiente ou à saúde da população americana.

De acordo com a revista, o sinal de alerta foi levantado ao Departamento de Agricultura (USDA), responsável pela política de importação agrícola dos Estados Unidos, pelo Escritório de Inspeção Geral (OIG, na sigla em inglês). "A menos que o desenvolvimento de plantas e animais geneticamente modificados seja monitorado de perto, o USDA não é capaz de detectar as ameaças que eles impõem ao fornecimento de alimentos do país".

O OIG prevê que o número de culturas e variedades transgênicas – assim como o de países produzindo esses alimentos – irá dobrar até 2015, mantendo a tendência de alta dos últimos anos. Em seu último relatório, o Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA , na sigla em inglês) apontou que as lavouras transgênicas atingiram 114,3 milhões de hectares do mundo e, 2007. Doze anos após o início da sua comercialização, 23 países adotam algum tipo de cultura geneticamente modificada – são elas soja, milho, arroz, algodão, alfafa, canola, mamão e abóbora.

O relatório apresentado ao USDA, no entanto, exorta o governo americano a estreitar os laços com países onde há alta participação neste mercado, como China, Índia e o Brasil, diz a "New Scientist". O Brasil é o país que mais tem crescido. Entre 2006 e 2007 o país ampliou de 11,5 milhões de hectares para 15 milhões de hectares sua área plantada (a grande maioria com soja). No caso da China, diz a revista, a expectativa é com o lançamento do primeiro arroz geneticamente modificado.

Na opinião do OIG, os problemas vão aumentar quando esses novos produtos entrarem nos Estados Unidos sem serem declarados. Segundo o órgão, o USDA não estaria preparado para testá-los ou até mesmo identificá-los.

Apesar de defender a restrição da entrada de transgênicos estrangeiros, o OIG também adverte que a medida poderá ser interpretada, pela comunidade internacional, como possível barreira comercial. Em 2006, lembra a "New Scientist", a Organização Mundial de Comércio (OMC) deu parecer favorável aos Estados Unidos na disputa contra as restritas regras da União Européia sobre a importação de transgênicos. O órgão afirmou que as regras feriam o livre-comércio.