Redação (12/02/2009)- Dois anos após a Sadia ter feito uma oferta hostil para compra da Perdigão, a situação se reverteu e agora os rumores – ainda que só rumores – são de que a Perdigão é que teria condições de adquirir a fragilizada Sadia. A oferta na época era de comprar a concorrente por até R$ 3,7 bilhões, valor que atualmente corresponde a metade do valor de mercado da Perdigão, mesmo com a desvalorização da companhia nos últimos meses por conta da crise econômica.
Além de ter sido considerada hostil na oferta, a Sadia amargou uma péssima imagem uma vez que seu diretor de finanças e Relações com Investidores na época, Luiz Gonzaga Murat Júnior, foi acusado de ter usado a informação de possibilidade de compra da Perdigão em benefício próprio, com a compra das ações da companhia em patamares baixos para depois vendê-las em momento de alta, pós anúncio da oferta.
Naquela época, em 2006, de fato, a Sadia estava em condições financeiras bem mais favoráveis com uma geração de caixa duas vezes maior do que sua concorrente – R$ 658,4 milhões ante R$ 331 milhões da Perdigão. A relação do endividamento com a geração de caixa também era favorável. Ao final de 2006, a dívida líquida da Sadia equivalia a duas vezes ao seu EBITDA, relação que no terceiro trimestre deste ano estava em 3,4 vezes, ainda sem considerar a dívida com as perdas de contratos de derivativos cambiais com vencimento a partir de outubro.
Em 2007, a Perdigão entrou em lácteos com a compra da Eleva, em 2008, a situação se reverteu. Nos nove meses de 2008, a Perdigão ultrapassou a concorrente em receita bruta com faturamento de R$ 9,5 bilhões.