O uso de álcool em substituição à gasolina no abastecimento de veículos evitará a emissão de 133 milhões de toneladas de CO2 em 2020. O volume equivale a 18% da liberação de gases prevista no Brasil em todos os setores, exceto a realizada por atividades agrícolas e pelo desmatamento de florestas.
Em 2006, o uso de álcool evitou a emissão de 36 milhões de toneladas de CO2 no Brasil.
Os dados serão apresentados hoje pelo pesquisador Isaias de Carvalho Macedo, do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético da Unicamp, em seminário sobre o setor sucroalcooleiro organizado pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) e pela Assembleia Legislativa de SP.
A estimativa do pesquisador é que as emissões de gases do efeito estufa no mundo foram 0,1% menores em 2006 por causa do uso do álcool brasileiro. Em 2020, a expectativa dele é que o volume de CO2 liberado seja 0,25% menor.
“As emissões no setor de transportes são problemáticas. Os demais países terão que adotar o uso de biocombustíveis em breve”, afirma Macedo.
Entre os próprios combustíveis renováveis há uma diferença no volume de emissões. Segundo o pesquisador, o álcool brasileiro, feito de cana-de-açúcar, libera cerca de 80% menos gases que a gasolina.
Já o álcool americano, feito de milho, tem uma vantagem menor sobre a gasolina, com redução de cerca de 30% das emissões, afirma Macedo.