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Nutrição

Produtores reagem à proibição da cama de frango

<p>Medida será o fim do pequeno produtor, alegam criadores. Determinação prevê abatimento do gado alimentado com o composto.</p>

Medida Normativa publicada no domingo (08/11), pelo Ministério da Agricultura vêm causando polêmica entre representantes do setor rural de Uberaba (MG). A determinação, que prevê o abatimento do gado que tenha tido acesso a alimentos compostos por subprodutos de origem animal, como é o caso da popular cama de frango, pode resultar em significativo aumento nas vendas das rações animais industrializadas.

Segundo Alexandre Caetano Duarte, que é produtor rural e vendedor desse tipo de ração, a inviabilidade da utilização da cama de frango vai aumentar as vendas em mais de 20%. “Muitos clientes meus preparam a alimentação do gado com a cama de frango e, agora com a fiscalização mais rigorosa, eles terão que comprar a ração industrializada, que é mais cara”, diz.

No entanto, de acordo com ele, a aplicação da medida poderia significar prejuízo irreparável para pequenos e médios produtores. “Um saco com 40 kg de ração fica em R$ 30. Uma tonelada de cama de frango sai por R$ 80. Vai ser o fim do pequeno produtor”, observa Alexandre.

Produtor rural há mais de 20 anos, Mário Cervato compartilha da opinião de Alexandre. “Eu me lembro quando lançaram a cama de frango. Foram à televisão, falaram que era o melhor método, melhor para o gado e que tinha mais proteína. Agora, quando já estamos acostumados a trabalhar com esse sistema, muda tudo de novo”, diz. “A decisão pode ser muito boa para os grandes produtores, suas exportações e a indústria de ração, mas nós vamos ser sacrificados”, lamenta o produtor rural.

De acordo com o representante do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Rony Adolfo Hein, a nova portaria publicada visa a chamar atenção dos produtores sobre a nova forma de fiscalização. “A proibição existe há muito tempo, mas as medidas punitivas é que mudaram. O que eu gostaria de ressaltar é que, em casos de violação da determinação, os animais sujeitos a ela serão abatidos”, esclarece.

Segundo Rony, cartas de aviso estão sendo entregues aos produtores e, assim que todos forem notificados, a fiscalização será intensificada.