O futuro da indústria avícola norte-americana parece parcialmente nublado no curto prazo. Mas o sol poderá ter mais espaço no futuro se o setor mantiver a disciplina na produção, vencer o desafio dos preços atuais, contar com redução nos preços dos grãos para ração e abrir novos mercados para a sua carne. Esse foi o diagnóstico traçado pelos analistas que compareceram à reunião do Nacional Chicken Council (NCC), realizada em Washington DC, segundo o site Meatingplace.
“As tendências em longo prazo ainda são um desafio”, escreveu Farha Aslan, analista da Stephens Inc. em nota aos investidores. “Mas os avicultores estão cautelosamente otimistas”.
Segundo ela, os balanços têm melhorado devido a um verão rentável e acrescenta: “Poucos players do setor, que têm sua folha com melhor equilíbrio, manifestaram interesse em olhar para os ativos que possam surgir para a venda. Isso reflete um maior grau de confiança na rentabilidade da indústria em 2010”, afirma Aslan.
Heather Jones, analista da BB & T Capital Markets, concorda, relata o Meatingplace. “O clima é consideravelmente mais positivo do que o de um ano atrás”, escreveu. “De maneira geral, os participantes da indústria esperam um desempenho bem melhor e um ambiente operacional rentável no curto prazo, uma vez que as questões do setor são trabalhadas por temporada”.
Desafios – Os desafios do setor avícola em longo prazo não são novidade: reverter a fraca demanda no segmento de foodservice e combater a concorrência das promoções de carne suína, que estão incertas, estão no topo da lista.
Jones citou Roger Eaton, presidente da Kentucky Fried Chicken (KFC), que prevê um prazo de mais 12 meses para que os gastos dos consumidores voltem a crescer significativamente. São esperados um declínio de 6% nas vendas do segmento de foodservice neste ano e uma queda de 2% em 2010.
Alguns especialistas apontam para a incerteza gerada pela decisão da China e da Rússia de restringir suas importações de carne de frango.
Aslan diz que a Rússia pretende reduzir suas cotas de importação de frango dos EUA de 952 mil toneladas em 2009 para 650 mil toneladas em 2010, mas observa que a cota do próximo ano estaria em consonância com a quantidade que provavelmente será enviado para o mercado russo neste ano.
Segundo a analista da Stephens Inc., os a indústria avícola norte-americana está buscando “ativamente” abrir novos mercados de exportação e que há “algum otimismo” em torno do Caribe. A África é outro mercado que vem sendo explorado, diz Aslan.
Entretanto, Kenneth Zaslow, analista da BMO Capital Markets, prevê que o preço do peito sem osso e pele de frango poderiam cair abaixo de U$ 1,00 e as coxas poderiam cair U$ 0,30 antes da recuperação sazonal, em fevereiro e março.
Outros desafios – Pelo lado positivo, os analistas apontam para preços mais baixos para os grãos que compõem a ração dos animais. “As perspectivas de abastecimento de milho e soja permanecem favoráveis e os preços desses insumos não devem ser diferentes dos níveis atuais”, prevê Zaslow.
Os analistas também se mostram otimistas quanto à disciplina de produção do setor. “Os dois principais fornecedores dos EUA devem manter o rigoroso controle da produção”, escreveu Aslan. “Notavelmente, um fornecedor salientou que sua empresa espera reduzir em 2% sua produção 2010, em comparação com 2009, enquanto o USDA projeta um aumento de 1,5%”.
Tradução Redação Avicultura Industrial