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Soja rumo à China

<p>Oleaginosa brasileira deve ser alvo de compras chinesas, prevê Nobel. Argentina também está na mira.</p>

As importações chinesas de soja do Brasil e da Argentina devem aumentar substancialmente nos próximos anos, informou um executivo do grupo Noble, empresa que gerencia e processa produtos agrícolas e commodities, baseada em Hong Kong, e que vendeu, esta semana, 15% de suas ações para a China.

Em entrevista à Reuters, Jaime Teke, responsável pela estrutura financeira da empresa, que fechou a compra de US$ 850 milhões pelo fundo CIC (Corporação de Investimentos da China), informou que o país tem pouco espaço adequado para aumentar sua própria produção de soja.

“Nós não vemos condições favoráveis na China” disse Teke, ao lado de acionistas da América Latina, no Fórum de Investimentos realizado em Beijing, China. “Um dos principais problemas da China é a irrigação. Definitivamente, as importações de soja do Brasil e da Argentina irão aumentar substancialmente”, explica Teke. “A China não tem água. O que estamos fazendo, essencialmente, é importar água na forma de soja e outros grãos”.

A Noble tem duas plantas esmagadoras, com capacidade para 3 milhões de toneladas, na China, o que representa em torno de 12% de todo o mercado, de acordo com Teke.

Apesar do acordo com o CIC, que agora possui 14,5% da companhia, a Noble não está planejando expandir seus negócios em soja na China, o maior importador do grão. “Nós gostaríamos de expandir os negócios, mas não recebemos permissão”, acrescentou.

Este ano, a China deve importar 40 milhões de toneladas de soja, principalmente dos Estados Unidos, Brasil e Argentina. O volume de importações é muito maior que a safra chinesa de soja, que está em torno de 15 milhões de toneladas.

Preços em queda – A soja caiu pela quarta vez em cinco dias devido a especulações de que o tempo frio no meio-oeste irá causar poucos danos à safra norte-americana. De acordo com informações da Bloomberg, a soja para novembro caiu 1,2%, para US$ 9,0925 o bushel, no after-hours da Bolsa de Chicago.

Já a soja para maio, na Bolsa de Dalian, na China, caiu 2,6%, para 3,605 yuans (US$ 528) a tonelada, antes negociada a 3,616 yuans.

De acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia, os principais estados de produção de milho e de soja nos EUA, que incluem Illinois, Iowa e Indiana, terão temperaturas pouco acima do normal entre 29 de setembro e 7 de outubro.

“O risco de geadas continua caindo”, afirmou Tommy Xiao, analista da Shanghai JC. Intelligence Co. “A confirmação da tendência de uma safra com preços baixos é inevitável”.

A produção de soja deve atingir o recorde de 3,245 bilhões de bushels, 9,7% acima do ano passado, informou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) no relatório divulgado no dia 11 de setembro. O rendimento irá subir para 42,3 bushels por acre, um aumento em comparação aos 39,6 bushels / acre do ano passado.