Em Minas Gerais os produtores de milho começam a planejar e decidir o quanto plantar na safra de verão. Para muitos a melhor opção tem sido diminuir a área de plantio. A metade do milho colhido na última safra pelo agricultor Cláudio Consonni, de Presidente Olegário, no Noroeste de Minas Gerais, está estocada. Ele ainda espera conseguir um preço melhor pelo produto. “Nós vendemos 40%, 50% do que foi colhido para pagar contas, a R$ 18, com a nossa produtividade quase empatou custo com receita. E guardamos uma parte para esperar que talvez em outubro, dezembro o preço reaja, consiga R$ 21 que aí sim viabiliza o plantio de milho aos custos da safra passada”, explica.
Mesmo a queda de mais de 20% do custo de produção para esta nova safra não anima os produtores. O baixo preço do milho no mercado é o fator que pesa na hora de decidir o tamanho da área que o cereal vai ocupar.
É a situação do agricultor Ronaldo Stábile, de Patos de Minas. Para a próxima safra o milho só vai ocupar a metade dos 560 hectares plantados no ano passado. “Eu diminui porque o preço não está satisfatório, o custo muito alto, mesmo que esse custo abaixou agora e eu não quero levar prejuízo novamente”, diz.
A soja foi a escolhida para a outra metade. E a opção foi justamente pelo custo menor e a possibilidade de maior lucro. “Não vai ter mais custo porque a plantadeira é a mesma, só muda a regulagem para semente do adubo que é diferente. E na hora de colher também só muda regulagem e a plataforma que eu tenho, não vou precisar alugar nada e no final a rentabilidade da soja vai ter melhor expectativa que o milho”, diz Ronaldo.