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Comentário Suíno

Comentário suíno: Inventário do 2º trimestre (Canadá-EUA)

<p>Conheça os números da suinocultura canadense e norte-americana no segundo trimestre de 2009. Situação continua feia: preços seguem em baixa e descarte continua a crescer.</p>

O Canadá divulgou seu primeiro inventário suinícola na semana passada, juntamente com um relatório EUA-Canadá, com informações combinadas sobre o 2º trimestre. É um mercado continental, então, o resultado agregado é o que conta em nossa opinião.

Observações

– Somando o rebanho reprodutor dos EUA e Canadá, tivemos o pico de 7.752 milhões no 3º trimestre de 2007.  Desde então, tivemos contínuas perdas financeiras em nossa indústria. Desde o inventário de pico divulgado no dia 1º de setembro de 2007, o plantel de reprodutores diminuiu em 405 mil animais.

– De acordo com os dados do inventário, no 2º trimestre houve uma queda de 2 milhões de cabeças, em relação ao ano passado. Considerando-se que há um ano atrás e agora temos o suíno magro em torno dos US$ 0, 85, é difícil compreender a diferença de US$ 80,00 que estamos vendo atualmente, ano após ano. Menos animais, mas com baixos mais preços de forma significativa. É infernal!

– Nós descartamos 4% das matrizes, mas o plantel caiu apenas 2%. O inventário deste último trimestre mostra que o plantel suinícola teve queda de apenas 500 mil animais em relação ao mesmo período do ano passado. O abastecimento não está caindo significativamente.

– Não há “forro de ouro” no relatório Canadá-EUA. Para obter qualquer alívio para estes preços extremamente baixos, precisamos do aumento da demanda. O descarte dos 400 mil reprodutores desde setembro de 2007 está incluso nestas estatísticas.

– Tivemos relatórios de campo que afirmam que muitas granjas iniciaram os descartes de reprodutores nas últimas semanas. Pelos nossos cálculos, que está colocando nomes conhecidos no caso de descartes em curso, nós tivemos até 120 animais abatidos. Temos certeza de que isso não é tudo. Perdas contínuas de US$ 40,00 por cabeça perdas irão fazer a lista de descartes crescerem. As matrizes não caíram US$ 50,00 por cabeça na última semana devido à falta de abastecimento.

– A demanda pode ser reforçada pelo anúncio da Coreia do Sul feito há dez dias atrás. O país deve revogar a maior parte das restrições à importação dos produtos suinícolas por causa do H1N1. Recebemos alguns sul-coreanos na semana passada (a Genesus vende mais reprodutores suínos à Coreia do Sul do que qualquer outra companhia de genética). Nossos visitantes nos disseram que estavam recebendo três Euros por quilo, ou cerca de 1,35 dólares por libra. A abertura das importações de carne suína pela Coreia do Sul e da propagação do ponto de preços entre a América do Norte e Coreia do Sul só pode aumentar as exportações totais do produto em nossa opinião.

– O preço do mercado suíno no México continua forte, com a mesma média do dia 20 de agosto, ou seja, cotado a US$ 1,51 por quilo. O México é o segundo maior mercado para a carne suína americana. A fronteira está aberta para a carne suína. Este é o maior preço que vemos entre os dois países em 15 anos. Devemos exportar mais ao México. A demanda está aumentando os preços.

– Os mais recentes preços da União Europeia apontam o quilo da carne suína em US$ 2,14. A UE tem aproximadamente o dobro da produção do Canadá-EUA, e por isso, é o maior player mundial. Os preços dos países americanos são metade dos europeus, e só vão melhorar com o aumento de mercados para exportação.

– O relatório “Cold Storage” do dia 31 de julho, divulgado nos EUA, indicou uma queda de 30 milhões de libras nos estoques de carne suína. De 577 para 547. Há um ano, o estoque era de 505 milhões de libras. Nada de extraordinário nesta data, mas pelo menos o inventário caiu e não é significativamente superior ao de um ano atrás, quando tínhamos altos preços historicamente. Os verdadeiros desafios agora são os relatórios que indicam a preocupação contínua sobre o H1N1 (infelizmente ainda chamada de gripe suína). Estas preocupações estão fazendo indústrias, comerciantes e exportadores lutaram para conseguir eliminar um colapso nos preços por conta da gripe.

– O pacote de ajuda do governo canadense não foi bem recebido. Ninguém parece entender os critérios ou normas (incluindo os bancos com quem conversamos). O que é uma operação viável para qualificação? O que é o percentual de empréstimos garantidos? Muitas perguntas sem resposta. Anunciam o Big Bang com pouca carne. Nós ainda não conseguimos obter a média aritmética dos economistas de Iowa, que calcularam que se os descartes no Canadá vão doer nos produtores dos EUA, cortando os preços em 7%. Gostaríamos de saber como seria este cálculos se os EUA adotassem o programa de compra de matrizes, proposto pelos suinocultores na semana passada, incluindo os bovinocultores. É bom ver a liderança da NPPC e da National Pork Board, que parecem uns cervos na frente dos farois. Propor que a USDA deveria comprar a carne de “dar de presente” é uma piada. As pessoas comendo carne de graça em vez de comprá-lo. Como é que isso ajuda? Talvez nós devêssemos ensinar aos economistas da ISU o cálculo de como o porco grátis pode aumentar os preços.

Resumo

Feio, feio, feio, é como o cenário está. Pessoas estão perdendo sua granja e todos nós somos envenenados com perdas de US$ 100 milhões por semana. O abastecimento vai diminuir, mas precisamos do aumento da demanda. Acreditamos que o México e a Coreia do Sul provavelmente vão importar mais carne suína. Nós precisamos de um empurrão. Nós acreditamos que ele virá, em algum momento por fora das especulações dos granjeiros, que preveem preços futuros bastante baixos do suíno magro, em qualquer circunstância. Quando eles acreditarem que há descarte e valorização na demanda de exportação, eles vão aumentar as expectativas de preços. É tudo sobre dinheiro. Não importa se é de ouro, petróleo, aço, etc., especuladores poderiam ser a nossa salvação. Velho provérbio: “Os camponeses não vão à falência”.

Autor: Jim Long, CEO da Genesus
Tradução: Rafael Stuchi / Suinocultura Industrial