O México está enfrentado sua pior seca em 68 anos, em fenômeno que, na área rural, tem matado o gado e as lavouras e que tem forçado o governo a reduzir o fluxo de água para sua populosa capital. As chuvas abaixo da média histórica deixaram cerca de 80 dos 175 maiores reservatórios do país com menos da metade de sua capacidade, disse Felipe Arreguin, da comissão Conagua, que administra os suprimentos de água do país.
“Nós temos zonas em que os reservatórios estão totalmente cheios, mas outras que sequer têm um pingo d’água”, disse ele. Mais de mil cabeças de gado foram perdidas devido à escassez de chuvas e mais de 20 milhões de toneladas de produtos agrícolas, cultivados por 3,5 milhões de pequenos produtores, correm risco de ser perdidas, segundo dados apresentados por entidades que representam os agricultores.
A árida região noroeste do México é a mais atingida, assim como a parte central do país em torno da capital, a Cidade do México, onde vivem 20 milhões de pessoas. Normalmente, o México tem uma temporada chuvosa entre os meses de junho e outubro, durante a qual se enchem os lagos e reservatórios que fornecem a maior parte da água consumida ao longo dos outros meses do ano.
O fenômeno climático El Niño, caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, tem levado a um ressecamento na América do Sul – em parte, a ele é também creditada escassez de chuvas no México, segundo especialistas. As autoridades governamentais reduziram o afluxo de água para a capital para tentar assegurar o abastecimento até o início da próxima estação chuvosa.
Em Estados como San Luís, Aguascalientes e Colima, alguns agricultores não conseguiram plantar e outros viram perecer as lavouras de milho e feijão. As autoridades têm oferecido ajuda financeira aos pequenos produtores das áreas mais atingidas. Cerca de 80% dos recursos hidrominerais do país são usados para irrigar as plantações. Na vizinha Guatemala, o governo está distribuindo comida para 56 mil famílias que tiveram suas plantações atingidas.