Você não tem que olhar muito além dos temas da Conferência Nacional da Suinocultura nos EUA para ver que, se não estamos retraindo, no mínimo estamos jogando na defesa ao invés de atacarmos. Foram eles:
– Eutanásia (Suínos ou produtor)
– Habitações de matrizes vs. baías
– Segurança da carne
– Etanol de milho
– Desafios dos financiamentos bancários
– Infrações e multas (Infratores do PETA)
– Meio ambiente
– Bem-estar animal
– Administração do governo dos EUA
– Gestão de Risco (código para tentar limitar as perdas)
– Lucro (falta de)
– Gripe Suína (H1N1) ou Doença da CNN
Observações:
– Houve um painel de banqueiros. Mark Greenwood da Ag Star recomendou o descarte de 500 mil a um milhão de matrizes no Canadá e EUA para obtenção de lucros. Mensagem que levamos pra casa: cada um por si, o lucro é o rei. Não espere nada dos bancos. Eles não querem se aproximar das granjas, da mesma forma que eles estão preocupados com o que vão fazer com elas. Nós nunca pensamos que os produtores fariam para sentir pena dos banqueiros. Foi o suficiente para fazer uma estátua chorar.
– Podemos verificar, a partir de discussões entre produtores, que o setor perdeu, em média, cerca de 65% do capital nos últimos dois anos. São 65% dos produtores estariam fora de convênios bancários, mas apenas 20% deles realmente estão fora de convênios. É feio.
– O painel dos banqueiros encorajou a ideia de criar um grupo de descarte e um grupo de organização de mercado. Não temos certeza se isto tem um fim socialista, mas nós tivemos a sensação de que quando estávamos na Rússia, haviam mais empresas livres do que o volume de conspirações que estavam sendo propostos. Tudo perda de tempo. Somos uma indústria com milhares de grupos ou membros que tomam decisões individuais. Isso não vai mudar. Quando a história do descarte organizado do frango foi apresentada no evento, não mencionaram que a produtora de frango Pilgrim Pride quebrou. Isso não é exatamente um planejamento de gestão. Você está sem lucros, você descarta. Não é complicado. Nós estamos com medo, é como o Bruce Willis no filme “Last Man Standing” continue a atirar até ao fim.
– O tom e a atmosfera da conferência foi negativo. Pessoas que criam seus próprios suínos estão com medo. Eles estão perdendo dinheiro e todos procuram alguma esperança. Em nossa opinião, foi pouco dito na conferência que as pessoas voltariam pra casa entusiasmadas e positivas. Os fatos brutais do mercado, em comparação tópico por tópico sobre os desafios da indústria foram em sua maior parte desanimadores.
– Um fator positivo que registramos com os produtores de toda a América do Norte foi que a maioria acredita que o milho e a soja com boa qualidade e preços abaixo dos US$ 3,00 por bushel estão ajudando a diminuir as perdas. Não há receio de uma quebra de safra ou aumento repentino de preços dos grãos.
– John Ferrell, subsecretário Adjunto de Marketing e Regulamentação do USDA falou e levantou questões. Ele tem uma grande carreira na política. Quando perguntado sobre os efeitos do etanol de milho na produção agropecuária, a resposta foi clássica. Política, como sempre. Ele provavelmente não podia esperar para voltar para o “casulo” de Washington o mais rápido possível. Como ele disse, vão haver uma série de reuniões em Washington sobre o tema. Infelizmente, o Sr. Ferrell não deparou com um campeão americano da produção pecuária.
– Nós encontramos diversos membros da National Pork Board. Temos que dar alguns créditos a eles. Eles estão preparados e comprometidos. Eles estão com um enorme desafio frente aos enormes prejuízos que os produtores estão encontrando. Nós esperamos que eles possam caminhar e assegurar a liderança para a bobina de nossa indústria. Eles têm o mandato e o financiamento.
– Particularmente, nós estamos realmente felizes. Uma semana atrás, um consumidor da Genesus, Good Hope (“boa esperança”- gostamos de nomes positivos) recebeu um prêmio da indústria canadense Maple Leaf Foods por ter a maior porcentagem de carne magra em 12 meses na maior fábrica do Canadá localizada em Brandon Manitoba. O processo gera processo 4,43 milhões de cabeças por ano.
Resumo:
A Conferência Nacional da Indústria Pork reiterou a atitude negativa que sentimos em toda a indústria suinícola. Há pouco otimismo, há pouca confiança no futuro. O descarte das matrizes continua. Somos castigados, estamos em trevas.
Os mercados são movidos por oferta – procura e psicologia. Não há muito o quê fazer para estimular mercado com psicologia. O termo gripe suína (H1N1) continua a ser utilizado nos meios de comunicação. A reputação do nome da nossa indústria associada com a morte não é um gerador de demanda. As vendas de carne suína têm de ultrapassar a primeira objeção “porco vai matar nossos clientes”, certamente começará em um buraco. É um grande reforço negativo de preços e de dinâmica de mercado.
Um desapontamento que tivemos na conferência foi a falta de soluções positivas. Trata-se de oferta/procura. O abastecimento está sendo cortado. A América em que acreditamos é otimista. Ataque versus defesa. Se você quer aumentar sua demanda, você tem que vender. Contrate vendedores, faça anúncios em um mercado que empurra a procura. Sentar, cruzar os braços e sentir pena de você mesmo esperando o telefone tocar não adianta nada. A indústria suinícola que nós conhecemos era agressiva. Viajamos o mundo. Não há melhor lugar no mundo para criar e processar suínos. Temos pessoas, conhecimento, escala, ração, terras, genética, capital, embaladores e logística para competir com qualquer indústria suinícola do mundo. Temos muitas vantagens. Sabemos que é difícil. Estamos perdendo dinheiro, mas, em vez de pensarmos pouco, vamos pensar da forma americana. Venda, venda, venda! Retome mercados exportadores. Trabalhe no desenvolvimento de mais demanda alimentar. Não é só oferta, é demanda. Uma pequena percentagem de aumento das exportações e da procura interna juntamente com a oferta é reforçada com menor preço. A contração do setor como a única solução é derrotista. Eles não têm outra visão além da defesa. Temos necessidade de fazer e vender. Não é só oferta. Ataque, não defenda! Vá adiante, não fique na retaguarda!
“Atire os torpedos em velocidade máxima!” – Esta é a América que conhecemos.
Autor: Jim Long
Tradução: Rafael Stuchi, Gessulli Agribusiness