A indústria de ração tem exigido insumos cada vez mais balanceados para compor seus produtos. A Frangos Canção, em Maringá (PR), construiu uma fábrica de subprodutos de aves com um sistema capaz de separar totalmente penas, pé, cabeça, vísceras, ossos e sangue para produção de farinhas de penas e de vísceras. “Somos os únicos a fazer isso hoje no mercado, o que nos permite dobrar o preço das toneladas. Usando nosso insumo o fabricante de ração não precisa agregar mais componentes no seu produto”, explica Cilomar Tortela, diretor e fundador da companhia. A fábrica, que consumiu R$ 8 milhões, tem uma estrutura física para processar resíduos de 500 mil frangos por dia. Aberta há duas semanas, está operando com um volume de 200 mil diariamente. O faturamento com as farinhas equivale a 4% do faturamento que foi de R$ 172 milhões de janeiro a junho, mas este percentual ” vai aumentar”, garante Cilomar.
Outro atrativo da unidade é seu projeto sustentável. Os efluentes são tratados na própria unidade, de tal forma que “devolvemos a água praticamente potável as lagoas, com carga orgânica reduzida em 90%.” Há também uma preocupação em otimizar os equipamentos e usar menos energia e água. Cilomar garante ter cumprido as exigências da ONU com relação ao crédito de carbono. “A questão ambiental é importante para a gente entrar no mercado europeu. Estou seguindo outras regras como a de rota única na fábrica e vestiários adequados.” A companhia exporta hoje de 30% a 40% de sua produção para Oriente Médio e Ásia. O faturamento em 2008 foi de R$ 267 milhões. “Mas o ritmo de abate está crescendo e vamos superar este valor. Chegamos a R$ 172 milhões até junho e vamos passar dos R$ 170 milhões no segundo semestre”.