União Europeia (UE) garantiu ontem na Organização Mundial do Comércio (OMC) que a nova cota de importação de carne bovina, aberta para resolver uma disputa com os Estados Unidos, estará disponível para todos os exportadores e, portanto, os brasileiros terão acesso a ela.
Os europeus enfrentaram, porém, mais suspeitas do Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Australia, Nova Zelândia e África do Sul, de que estariam discriminando em relação às cotas atualmente existentes.
É que a cota aberta para atender os americanos é livre de tarifas, enquanto as já existentes, específicas para para exportação de determinados países para a UE, pagam taxa de 20%.
Mas os europeus rejeitaram a reclamação, alegando que a “única distorção” seria no mercado doméstico europeu, sem entrar em detalhes.
Alguns exportadores se queixam de que, apesar das garantias europeias, a nova cota foi desenhada para atender aos produtores dos EUA. O embaixador brasileiro Roberto Azevedo reafirmou que o Brasil vai monitorar com os parceiros como a nova cota será implementada.
A UE e os Estados Unidos foram alvos também de críticas pela reintrodução de subsídios à exportação de lácteos, mesmo se as subvenções estão nos limites dos compromissos assumidos na OMC.
Os americanos se defenderam dizendo que foram “forçados” a reintroduzir os subsídios em maio deste ano porque subvenções de outros países estavam deprimindo os preços e anulando a competitividade da indústria americana de lácteos.
O Brasil, China, Argentina, Austrália e Nova Zelândia reclamaram que os EUA deveriam com outros países lutar contra subsídios em vez de usá-los e distorcer a concorrência nos mercados internacionais.