O mercado brasileiro de defensivos acumulou nos primeiros cinco meses do ano um crescimento de vendas, em reais, de 2% em comparação com o mesmo período de 2008. De janeiro a maio, as vendas totalizaram R$ 3,328 bilhões, segundo a Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef). Esse montante é R$ 55 milhões maior que o acumulado entre janeiro e maio de 2008.
Por um lado, o desempenho pode representar um alento para o setor, que começou o ano prevendo declínio expressivo. Há pouco menso de um mês, José Otavio Menten, diretor-executivo da Andef, afirmou que a indústria havia iniciado 2009 “se preparando para o pior” – e o pior, segundo as estimativas daquele momento, era um decréscimo de 10% a 15%.
Os dados ainda não sugerem, contudo, que o mercado brasileiro de defensivos já vislumbra um desempenho um pouco menos catastrófico. “Talvez até haja uma reação no mercado, mas ainda não é possível mudar as previsões. O cenário permanece nebuloso. Só vamos ter uma visão mais clara a partir de agosto”, disse Menten.
O pior desempenho no acumulado de janeiro a maio foi o das vendas de inseticidas, que recuaram 17% na comparação com o mesmo período de 2008. O recuo pode ser creditado, afirma Menten, ao fato de soja, cana-de-açúcar e milho serem as culturas que mais consomem essa linha de defensivos. “Os produtores dessas culturas são os que estão mais reticentes no momento”, diz o dirigente.
As vendas de herbicidas, em contrapartida, foram as de melhor desempenho, com crescimento de 12% nos primeiros cinco meses do ano, segundo a Andef. Ainda que seja cedo para fazer prognósticos mais otimistas, reitera Menten, esse aumento nos herbicidas pode ser um sinal positivo para o mercado.
No geral, o período de setembro a novembro é o mais aquecido nas vendas de defensivos. As de herbicidas, porém, concentram-se no primeiro semestre – o agrotóxico é usado no tratamento da terra para o plantio direto e no controle dos pés de soja que nascem espontaneamente no vazio sanitário, durante o qual o cultivo do grão é proibido como forma de controle da doença conhecida como ferrugem asiática. Mais herbicidas no primeiro semestre podem, portanto, ser um sinal de vendas melhores no segundo. “A expectativa existe, mas o crédito precisa chegar ao produto”, diz Menten.