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Comentário Suíno

Comentário Suíno: Viagem à Rússia, 2ª semana

<p>Nosso colunista, Jim Long, tira suas conclusões após duas semanas analisando a indústria suína russa.</p>

Atravessamos o oceano Atlântico e continuamos a escrever sobre nosso retorno da Rússia. Fizemos algumas análises nas duas últimas semanas de viagem. Vamos tentar tirar alguma conclusão ou fazer algumas observações sobre o que vimos na suinocultura russa.

Fatos destacados

– O preço da carne suína na região central da Rússia é US$ 2,50 o quilo; na Sibéria ele está a US$ 3,00 e, no extremo oriente, em Vladistock, o quilo é vendido a US$ 3,50.

– A ração animal custa US$ 130 a tonelada nas principais áreas produtoras de grãos.

– Os bons produtores estão ganhando acima de US$ 100 por suíno terminado.

– Os desafios dos produtores incluem muitas doenças em seus rebanhos. A média de mortalidade ao nascimento é de 30%, dado considerado comum entre eles. Parte deste percentual está relacionada ao circovírus. Não existem vacinas registradas na Rússia contra a doença e eles aguardam empresas que possam produzir e distribuir a vacina.

– Outro inconveniente é que durante a recente crise financeira os bancos subiram as taxas de juros, em algumas situações, de 15% para 30%. Era pegar ou largar. Este fato liquidou as matrizes. Nunca pensei que iria ver níveis de descarte em 20% na Rússia, com lucros de US$ 100 por animal. Se fizéssemos US$ 100 por cabeça nos Estados Unidos pensaríamos que “tínhamos morrido e ido para o céu”.

– O lucro de US$ 100 por animal é estimulado em algumas atividades que visam a expansão dos produtores já existentes. Empréstimos bonificados são oferecidos pelo governo para ampliação da indústria suinícola. Esperamos que qualquer expansão seja relativamente lenta, uma vez que leva muito tempo para autorizações, construção etc.

– Participamos da VIV Moscou, focada na pecuária e avicultura.

– Vimos na VIV quase 100% das empresas europeias e asiáticas voltadas para a indústria suinícola e apenas seis empresas americanas. Achamos isso estranho, pois a Rússia é como a América, constrói em escala. Os sistemas norte-americanos, em minha opinião, são mais adequados para a Rússia do que os sistemas europeus. É tudo um caso clássico de você não vender para pessoas que você não fala. Você tem de aparecer!

– A escala da agricultura russa é interessante. Nós estávamos conversando em nosso estande quando chegou um casal de russos. Iniciamos conversa com um deles, acionista de uma grande empresa agrícola responsável por 900 mil hectares. Atualmente, o casal possui alguns milhares de suínos. Eles querem comprar mais. Nossa força de vendas os fez saltar da cadeira para prestar atenção. Nunca imaginamos que poderiam se mover tão depressa.

– A economia russa está em recuperação. Os impactos da crise financeira na Rússia estão quase no fim. Estávamos em um restaurante em Moscou e no ângulo de 180 graus nós contamos 32 grandes guindastes de construção. Existe uma enorme demanda no setor de construção civil, principalmente prédios.

– O elevado preço dos suínos na Rússia deve influenciar no aumento das importações. A questão é a quantidade. Cotas de importação e as tarifas devem proteger a produção suinícola local. Acreditamos que ambas irão permanecer, uma vez que o governo pretende transformar a Rússia em auto-suficiente em carne suína. Lucros elevados devem estimular a expansão.

– O H1N1 é um fator na Europa e Rússia. Quando desembarcamos na Alemanha, em direção à Rússia, tivemos que preencher formulários relacionados ao nosso estado de saúde. Assim que deixamos o local, fomos atendidos por pessoas que usavam casacos brancos, máscaras, luvas de plástico etc. Eles pareciam sérios e pegaram nossos dados. A maioria dos passageiros deu uma boa gargalhada. Quando desembarcamos em Moscou, antes que alguém pudesse sair do avião, os funcionários locais de saúde entraram. Eles tinham uma lista mostrando de onde os passageiros vinham. Os norte-americanos tiveram a “alegria” serem submetidos a testes de temperatura corporal. Nós trocamos de lugar com um cara que era alemão. Ele teve o mesmo tratamento norte-americano. Tudo correu bem.

Isto tudo significa que não estamos seguros e que o receio de uma pandemia, não importa o quão ridículo pareça, ainda está vivo. O constante uso da terminologia “gripe suína” não atingiu a demanda pela carne, em certa medida. Em uma indústria de commodities como a suína, com relativa elasticidade de procura, mesmo o declínio de apenas 3% na demanda pode resultar em redução dos preços.

World Pork Expo
Esta semana vamos estar na World Pork Expo. Iremos relatar tudo. Annual World Pork Expo será realizada de 03 a 05 de junho nos Estados Unidos. Visite o estande da Genesus. (Número 5109 East of Varied Industry Building).

Autor: Jim Long Presidente da Genesus Genetics  
Tradução: Redação Suinocultura Industrial