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CTNBio aprova milho transgênico de 2 geração

<p>Foi o oitavo pedido de liberação comercial autorizado pela CTNBio neste ano, e a terceira aprovação de semente de milho transgênico concedida no ano. </p><p></p><p></p>

Redação (12/12/2008)-  A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou na quinta-feira a liberação comercial da primeira variedade de milho transgênico de segunda geração – com dois genes alterados. A variedade geneticamente modificada é resistente à lagarta do cartucho, uma das principais pragas do milho, e tolerante ao glufosinato de amônio. Desenvolvida pela DuPont do Brasil – Divisão Pioneer Sementes e Dow AgroSciences, ela aguardava a liberação desde dezembro de 2006.

Foi o oitavo pedido de liberação comercial autorizado pela CTNBio neste ano, e a terceira aprovação de semente de milho transgênico concedida no ano. 

"A diferença em relação às variedades aprovadas anteriormente é a capacidade de resistência ao inseto e ao herbicida em uma única planta", afirmou ontem Walter Colli, presidente da CTNBio. É o que, no jargão técnico, chama-se "evento piramidado". 

Na última reunião do ano, a comissão ainda aprovou outros 15 solicitações de liberação planejada no ambiente (pesquisa). Com isso, o órgão fecha o ano com 122 pedidos de pesquisas aprovados, superando as 83 autorizações concedidas em 2007. Entre um ano e outro, as liberações comerciais também subiram de três para oito, informou o órgão. 

Segundo Colli, a guinada nas aprovações para pesquisa e comercialização neste ano pode ser explicada pela renovação do corpo técnico que compõe a CTNBio. São 27 integrantes – 12 indicados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia -, cujos cargos expiram a cada dois anos. "Houve uma forte renovação em dezembro de 2007 e a nova comissão teve mais fluidez", diz Colli. "Ao ano de 2007 havia sido o do resquício, do que sobrou da briga de 2006", acrescenta, referindo-ao ao período turbulento de embates entre defensores e opositores dos alimentos transgênicos no país. O embate resultou em nenhuma liberação comercial em 2006. 

O tempo médio de análise dos pedidos também diminuiu. Colli destaca que o prazo de análise que foi de nove anos – como ocorreu com um pedido que deu entrada em 1998 e só foi aprovado em 2008 – foi reduzido para dois anos, como ocorreu com a solicitação aprovada ontem, protocolada em dezembro de 2006. 

Para 2009, ele prevê debates acalorados com o possível protocolo de variedades de cana, eucalipto e microorganismos transgênicos. Por serem pesquisas inéditas, não há literatura disponível para comparação, como no caso da soja, do milho e do algodão. 

"Como é que faz a liberação planejada de um microorganismo modificado usado para biorremediação? Nem eu sei a resposta", disse. "Vai ser uma inundação de pedidos e muita discussão". 

Entre esses microorganismos pesquisados há, por exemplo, bactérias que retiram metais pesados da água, útil no caso de vazamentos de navios. E também leveduras que produzem o diesel. "Estamos inovando e elevando o Brasil para o primeiro mundo nas pesquisas", diz Collin.