Redação (11/12/2008)- A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) deverá aprovar hoje, em sua última reunião do ano em Brasília, a nova variedade de milho com dois genes modificados: resistentes a herbicidas e insetos. Ainda inédita por aqui, a aprovação do novo Organismo Geneticamente Modificado (OGM) colocará a agricultura brasileira em 2009 no mesmo patamar tecnológico de grandes produtores da commodity, como é o caso dos Estados Unidos. De propriedade da Du Pont do Brasil S.A., divisão Pioneer Sementes e Dow AgroSciences Industrial Ltda. o produto só não foi aprovado no último encontro por causa de uma exigência do conselho, que já foi cumprida.
Alda Lerayer, diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), lembra que esse produtos de características combinadas já são utilizados no resto do mundo e essa aprovação significará um grande passo para a agricultura do País. "Esses produtos facilitam o trabalho dos agricultores. Além de nos colocar no mesmo patamar do resto do mundo", destaca. Ela ainda explica que existem outros tipo de combinações genéticas que podem ser muito úteis à saúde das pessoas.
Na última pauta deste ano ainda serão analisados mais seis OGMs como o algodão resistente a insetos da Bayer CropScience Ltda e da Monsanto. A soja tolerante a herbicida da Bayer S.A., o milho resistente a insetos da Syngenta Seeds Ltda. e da Monsanto do Brasil Ltda., além do arroz tolerante a herbicida da Bayer CropScience Ltda. Este último, segundo a diretora-executiva do CIB, será o próximo da lista. "Mas ele ainda deverá passar por audiência pública e só deverá ser aprovado em 2009".
Mesmo assim, a CTNBio fechará 2008 com quatro aprovações, o maior volume em um único ano desde a sua criação, em 1997. Sem contar os três tipos de milho bloqueados pela Justiça, que foram liberados no período.
"No próximo ano, possivelmente serão protocoladas na CTNBio variedades de milho com aminoácido lisina na estrutura genética, dispensando a mistura que é tradicionalmente feita para compor os produtos de alimentação humana ou animal. No entanto, a avaliação desses produtos só deverá ocorrer em 2010", revela. Alda acrescenta ainda que esse tipo de produto já existe no mercado internacional.
A comissão foi criada em 1995 com autonomia para aprovar ou reprovar OGMs. A primeira aprovação em 1998, da soja tolerante a herbicida, foi proibida por uma liminar, mas continuou sendo plantada ilegalmente. Em 2003, a variedade foi regulamentada por meio de uma Medida Provisória. Desde sua criação, a instituição aprovou 10 produtos.