Redação (10/12/2008)- A expectativa em torno do novo pacote de ajuda do governo americano puxou as cotações do petróleo e as commodities agrícolas tiveram ontem um pregão de forte valorização.
A soja subiu 4,8% e fechou com os contratos para março cotados em 825,50 centavos de dólar o bushel (27,2 quilos). O programa proposto seria o maior da última cinco décadas e animou os investidores, que passaram a apostar na recuperação da demanda por alimentos nos Estados Unidos. No último mês, mais de 530 mil postos de trabalho foram fechados no país. Élcio Bento, analista da Safras & Mercado, explica que os investidores estão em busca de mercados mais estáveis. "O dólar caiu e isso favoreceu a recuperação das commodities".
O milho teve a maior alta das últimas cinco semanas e fechou com os contratos para março valendo 330 centavos de dólar o bushel (25,4 quilos), alta de 6,7%. O cereal seria um dos mais afetados no caso de desaceleração mundial na opinião de especialistas, pois é matéria-prima na produção de ração para animais e biocombustíveis.
Trigo
O trigo acompanhou o movimento das outras commodities e fechou em 490,50 centavos de dólar bushel (27,2 quilos), valorização de 3,1%. Bento acrescenta que, do lado fundamental (oferta e demanda), as chuvas que atingiram a Austrália nos últimos dias podem prejudicar a qualidade do grão, destinando um volume maior que o previsto para a produção de ração.
Algodão
Depois de duas semanas, o algodão recuperou parte das perdas com o novo ânimo dos investidores. Os contratos para março fecharam em 44,34 centavos de dólar a libra-peso, alta de 7,1%. Analistas acreditam que a fibra seria a mais atingida em caso de recessão mundial, pois a tendência em caso de problemas financeiros é o corte no consumo de itens de segunda necessidade, como o caso das roupas.