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Grãos atingem o menor valor em Chicago em mais de um ano

<p>A valorização do dólar compensa parte das perdas, mas após quedas sucessivas, os preços da soja e do milho estão subavaliados no mercado futuro.</p>

Redação (04/12/2008)- Na semana em que o dólar atinguiu seu maior valor em pouco mais de três anos, os preços futuros da soja e do milho levaram mais um tombo na Bolsa de Chicago (CBOT). Ontem, em meio ao forte fluxo de saída de recursos do país, a moeda norte-americana foi a R$ 2,475, a maior cotação desde junho de 2005.

Na contramão, soja e milho recuaram ao menor valor em mais de um ano na CBOT. A oleaginosa encerrou os negócios do dia valendo US$ 8,30 o bushel (27,2 quilos), o menor preço desde agosto do ano passado, e o cereal rompeu a mínima registrada de setembro de 2007, cotado a US$ 3,32 o bushel (25,4 quilos). Desde julho, quando alcançaram recordes históricos, os dois grãos já perderam pelo menos metade de seu valor na bolsa norte-americana: as cotações da soja desvalorizaram 50% e as do milho 56%. Já o dólar acumula no ano alta de 39%.

A valorização do dólar compensa parte das perdas, mas após quedas sucessivas, os preços da soja e do milho estão subavaliados no mercado futuro, avalia Leonardo Sologuren, da consultoria Céleres. Segundo ele, a oleaginosa teria que estar cotada entre US$ 10 e US$ 11 e o milho entre US$ 4,5 e Us$ 5 em Chicago para cobrir os custos de produção da safra de verão 2008/09.

Sologuren explica que o que acontece nesses mercados é um movimento de antecipação. Segundo ele, os investidores estão precificando a possibilidade de uma queda na demanda internacional devido à recessão global. Incialmente, os produtos mais prejudicados seriam os de maior valor agregado, como as carnes, o que, por conseqüencia, afetaria também o consumo de grãos como a soja e o milho, usados na ração animal. Por enquanto, contudo, ainda não há sinais concretos que confirmem a redução da demanda, pondera o analista. Além disso, os fundos de investimento vêm, desde o início da crise financeira, desmontando suas posições compradas nesses dois grãos, intensificando movimento de baixa das cotações.

“Há espaço para altas nos preços internacionais da soja e do milho. Mas para isso é preciso que cesse o pânico financeiro”, prevê.