Redação (10/10/2008)- Um dia antes da divulgação do relatório mensal do Departamento de Agricultura Americano (USDA) com os números de estoque e consumo mundiais, as cotações do milho subiram pelo segundo pregão consecutivo e fecharam cotadas a 455,75 centavos de dólar o bushel (25,4 quilos), alta de 2,6%.
No último relatório divulgado dia 14 de setembro, o governo americano reduziu em mais de 5 milhões de toneladas a produção no país, fato que surpreendeu o mercado e provocou a alta do grão naquele pregão. No entanto, especialistas acreditam que a alta de hoje trata-se de uma correção nos preços por causa das sucessivas baixas desde o dia 24 de setembro.
Pedro Colussi, analista da AgraFnp, explica que o mercado financeiro continuará "dando o tom" das cotações. "A menos que o Usda divulgue algo muito diferente, os investidores vão continuar mandando no mercado". As cotações da soja com entrega para janeiro também acompanharam a alta e fecharam valendo US$ 9,95 o bushel (27,2 quilos), alta de 1,6%.
"As exportações de milho e farelo de soja foram melhores que nós estimávamos", afirmou Terry Reilly, analista de mercado do Citigroup Global Markets em Chicago. Os preços também podem ter subido por causa das especulações de que a USDA divulgará uma estimativa inferior às previsões anteriores em razão dos alagamentos em junho e do tempo seco em agosto que afetaram as plantações.
"No caso do trigo, a queda de ontem ocorreu porque muitos especuladores estão saindo do mercado e a "gordura" de antes da crise está sendo queimada", explica Élcio Bento, analista da Safras & Mercado. O analista lembra ainda que a valorização do dólar normalmente provoca um reajuste nos preços.
As incertezas também afetam o mercado de café em Nova York. Os papéis para dezembro, ficaram em 114,65 centavos de dólar por libra-peso (454 quilos), ligeira alta de 0,08%. Gil Barabach, analista da Safras & Mercado, explica que existe a grande oferta no mercado com as safras do Brasil e Vietnã favorecem a baixa.