Redação (12/09/2008)- Em meio à polêmica sobre a viabilidade dos biocombustíveis, os eurodeputados buscam limitar o desenvolvimento dos mesmos, sem no entanto modificar o objetivo global da União Européia (UE) de ter 10% de energias renováveis no combustível consumido no bloco até 2020.
A comissão de Indústria e Energia da Eurocâmara aprovou nesta quinta-feira um projeto de lei que inclui a meta de 10% de renováveis nos transportes, mas considera que pelo menos 40% das energias utilizadas devem proceder da eletricidade ou do hidrogênio e de biocombustíveis de "segunda geração", menos poluentes.
Entre os biocombustíveis, os eurodeputados citam de forma específica os produzidos a partir de dejetos, biomassa e algas, assim como os obtidos a partir de cereais cultivados em terras agrícolas muito degradadas.
No que diz respeito aos biocombustíveis disponíveis atualmente, como por exemplo os produzidos na Europa a partir de colza, poderão continuar sendo desenvolvidos para alcançar o objetivo vinculante de 10% em 2020.
Os biocombustíveis são objeto de uma crescente polêmica, pois os críticos afirmam que eles contribuem para a alta dos preços dos alimentos, o desmatamento e o deslocamento de populações nos países pobres.
No entanto, para os defensores, os biocombustíveis podem ser usados para reduzir a dependência do petróleo e combater o aquecimento global, ao diminuir as emissões de gases que provocam o efeito estufa geradas por combustíveis fósseis.
Os Estados Unidos, que produzem biocombustível a partir do milho, são os maiores produtores de etanol, com 48% do total mundial em 2007. O Brasil vem logo atrás, com 31% da produção mundial de etanol, fabricado a partir da cana-de-açúcar.
A UE representa 60% da produção mundial de biodiesel, extraído de óleos vegetais.