Redação (29/08/2008)- Produtores rurais do interior de São Paulo estão contando os prejuízos na colheita do milho. Basta andar pelas lavouras e ver o estrago causado na produção do Vale do Paranapanema, na divisa de São Paulo com o Paraná. Espigas comidas e plantações inteiras pisoteadas são cenas comuns.
Para diminuir o prejuízo, os fazendeiros tentam espantar os animais. Os javalis são bichos ariscos e agressivos. Eles têm faro aguçado e detectam a presença de humanos de longe. Alguns podem pesar mais de 100 kg. Originário da Europa, Ásia e África, o animal foi levado para o Uruguai e para a Argentina e cruzado com porcos. O "javaporco", como ficou conhecido, não teve sucesso comercial e os bichos acabaram abandonados pelos criadores. Os animais passaram a fronteira do Rio Grande do Sul e agora estão migrando.
À noite, eles atacam as lavouras. As roças de milho são a principal fonte de alimentação. Na região do Paranapanema, os produtores estimam que haja pelo menos 300 bichos soltos. “Cada ano que passa, o ataque vem aumentando”, disse o agrônomo Luiz Augusto de Souza. "Nós não temos grandes felinos aqui, então nós não temos predador natural", afirma o veterinário da defesa Agropecuária Aguinaldo Rebello.
O produto rural Laurentino Assmann conta que já teve prejuízo por causa dos animais. "Eu gastei, de rojão, mais de mil reais aqui. Foram 60 noites. Frio, chuva. Eu andando de trator em volta dessa roça, soltando rojão, senão tinha acabado com o meu milho”, disse.
Por causa dos ataques, os produtores rurais pediram ajuda ao Ministério Público para que o Ibama libere a caça do animal. Em Itápolis, a 353 km da capital paulista, que teve o mesmo problema, o abate foi autorizado.