Redação (15/07/2008)- Embora as safras GM atuais tenham sido desenvolvidas para resistir ao que os cientistas designam como pestes "de desgaste biótico", a segunda geração, hoje em desenvolvimento, vai se concentrar no "desgaste abiótico". Isso abarca fatores não biológicos, tais como seca e inundações, calor e frio, salinidade e acidez. O maior esforço seria criar plantas capazes de usar água de maneira mais eficiente.
"O desgaste abiótico reduz o rendimento de algumas grandes safras em entre 65% e 80%", diz Michael Metzlaff, diretor de produtividade de safras da Bayer, na Alemanha. As experiências de sua empresa demonstram que a tecnologia de "silenciamento de genes" pode reduzir a produção de uma importante enzima chamada Parp, que controla a resposta das plantas.
Como resultado, as plantas crescem melhor sob condições adversas.
Empresas planejam lançar variedades de milho resistentes a enchentes entre 2012 e 2015.
Água
Chris Zinselmeyer, diretor de pesquisa na Syngenta, da Suíça, diz que o objetivo é produzir uma variedade com rendimento superior ao do milho comum, nos anos de seca, mas "sem prejudicar o rendimento nos anos em que a água for abundante".
Além da resistência à seca, o setor está trabalhando em outros traços. Um produto, o Corn Amylase da Syngenta, demonstra como safras GM poderiam ajudar o setor de biocombustíveis. Trata-se de milho geneticamente modificado para produzir nível elevado de uma enzima chamada alfa-amilase, ingrediente crucial para a produção do bioetanol.
John Atkin, diretor de proteção a safras da Syngenta, afirma que o Corn Amylase aumentará a eficiência na produção entre 5% e 10%.
Enquanto isso, a Monsanto trabalha para adicionar gentes que permitiriam que safras usem nitrogênio de maneira mais eficiente. Fertilizantes de nitrogênio representam um dos insumos mais dispendiosos na agricultura:
apenas nos EUA, os agricultores gastam mais de US$ 3 bilhões ao ano aplicando fertilizantes em campos de milho. Pelo menos metade do nitrogênio é desperdiçado porque a safra não o absorve.