Redação (03/07/2008)- O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, descartou hoje a possibilidade de restringir as exportações agrícolas para evitar a alta de preços dos alimentos no mercado interno. "Qualquer medida artificial que se adote, como a Argentina adotou e o México tentou adotar, acaba trazendo prejuízo de médio e longo prazos. O Brasil já fez isso no passado e não deu certo", disse Stephanes. Ele lembrou ainda que o aumento da produção agrícola beneficia diretamente os produtores que terão uma renda maior.
Stephanes também rebateu algumas das críticas ao Plano da Safra da agricultura empresarial, que foi anunciado ontem em Curitiba. "O plano não foi tímido", afirmou. O ministro disse que as medidas anunciadas ontem, entre elas a liberação de R$ 65 bilhões para custeio, comercialização e investimentos na safra que será plantada a partir de setembro deste ano, precisam ser olhadas do ponto de vista estratégico de médio e longo prazos. Ele afirmou que a idéia do governo é acabar com o lançamento anual do Plano de Safra e adotar medidas que vigorem por cinco anos. Segundo ele, esta estratégia permitiria ao produtor se organizar melhor para produzir. "Uma série de medidas estruturais têm sido tomadas. Na hora que a agricultura estiver estruturada e com todas as linhas definidas não precisará mais de plano anual", afirmou.
A oferta de recursos para o seguro rural, a criação de um fundo de catástrofe, a renegociação das dívidas dos agricultores e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Embrapa foram listadas pelo ministro como medidas estruturantes. Ele lembrou ainda que até o fim do ano, o governo pretende lançar um plano para o segmento de adubos. Ainda segundo Stephanes, a meta do Plano de Safra da agricultura familiar é alocar R$ 25 bilhões até 2010, valor que poderá ser incrementado. "Se for necessário, mais recursos estarão à disposição", disse.