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Influenza Aviária

<p>Segundo a ONU, o mundo não está preparado para uma epidemia da doença.</p>

Redação (30/11/2007)- Apesar dos avanços constatados há um ano na reação aos casos de Influenza Aviária, o mundo continua insuficientemente preparado para enfrentar uma pandemia de gripe humana, informa um relatório divulgado nesta quinta-feira pela ONU e pelo Banco Mundial (Bird).

"Persiste o risco de uma mutação do vírus (H5N1, da Influenza Aviária) em uma forma facilmente transmissível ao homem, o que teria o potencial de provocar uma pandemia de gripe" em escala mundial, destaca o informe anual.

"A ameaça de epidemia levou a maioria dos governos a melhorar suas técnicas de detecção, de controle e de reação aos agentes patogênicos. Vários planos nacionais não são suficientemente operacionais, porém, e a coordenação desses planos entre os países exige mais atenção", alertou o documento.

"Os agentes patogênicos se tornam mais móveis, devido à maior mobilidade das pessoas e dos bens e das mudanças que ocorrem nos ecossistemas", afirmou o coordenador da luta contra a IA na ONU e co-autor do relatório, David Nabarro.

"A segurança em longo prazo da humanidade exige que todos os países se preparem juntos para enfrentá-la", acrescentou ele, poucos dias antes de uma conferência ministerial internacional que analisará o tema, de 4 a 6 de dezembro, em Nova Délhi.

Nos últimos três anos, o vírus H5N1 se espalhou rapidamente pela Ásia Oriental, depois pelo norte e oeste da África, pela Europa Central e até na Grã-Bretanha, lembra o texto, que se baseia em dados de 143 países.

Apenas no mês de novembro, novos surtos de Influenza Aviária foram detectados na Arábia Saudita, Mianmar, Grã-Bretanha e Romênia.

Segundo o informe, o vírus, que havia sido detectado em 16 países em 2005, já estava presente em 55 países em 2006 e deve chegar a 60 este ano. Em seis nações, a situação é preocupante, porque nestas o vírus H5N1 é considerado "enzoótico", ou seja, que continua se difundindo entre as aves domésticas ou silvestres.

O caso mais grave é a Indonésia, quarto país do mundo em população e onde há cerca de 1,4 bilhão de aves de criadouro. De acordo com Nabarro, o vírus continua se propagando em mais da metade das regiões deste território.

Os outros cinco países, onde o vírus é "enzoótico" em algumas áreas, são Bangladesh, China, Egito, Nigéria e Vietnã.

Desde 2003, a Influenza Aviária já dizimou milhões de aves de criação em todo o mundo e matou 201 pessoas de um total de 330 casos humanos em 10 países. A Organização Mundial de Saúde (OMS) teme que se registre uma mutação do vírus, que poderia torná-lo contagioso entre humanos.

Uma pandemia da mesma amplitude que a gripe espanhola de 1918-1920 deixaria de 51 a 81 milhões de mortos no mundo, dos quais 96% nos países periféricos, estimou, no ano passado, a revista médica britânica "The Lancet".