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Perdigão negocia fusão com Eleva

<p>A Perdigão Alimentos negocia uma fusão com a gaúcha Eleva que, se concretizada, resultará numa empresa com faturamento superior ao da Sadia.</p><p></p><p></p>

Da Redação 19/10/2007 – As duas empresas, que estão em período de silêncio, divulgaram comunicado conjunto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), informando "que se encontra em estudo eventual fusão das operações da Eleva e da Perdigão. Serão informados ao mercado e aos seus respectivos acionistas a estrutura societária e a operacional a ser implementada pelas partes, bem como os demais termos e condições da operação, tão logo tenham sido definidos".
O Valor apurou que a negociação – que prevê troca de ações – foi iniciada há menos de um mês, mas os dois lados têm pressa em fechar a operação.

Tomando como base os resultados de 2006, Perdigão e Eleva alcançarão, com a fusão, um faturamento bruto de R$ 8,2 bilhões, ultrapassando a Sadia, que fechou o ano passado com receita bruta de R$ 7,940 bilhões. No primeiro semestre deste ano, a Eleva faturou R$ 1,147 bilhão e a Perdigão, R$ 3,579 bilhões. Já a Sadia teve receita bruta de R$ 4,471 bilhões.

A fusão muda o mapa do setor. A empresa resultante da junção de Perdigão e Eleva seria a maior em frango do país e também a maior em leite, segundo analistas do setor de alimentos.

O Valor apurou ainda que a operação de leite da Eleva foi o grande atrativo para a Perdigão, que tem reforçado os investimentos nesse segmento, após a aquisição do controle da Batávia. A empresa também vai investir em laticínio em Bom Conselho (PE).

E é exatamente no leite que a Eleva tem reforçado sua aposta nos últimos meses. Além de comprar a fábrica de lácteos da Cooperativa Central de Laticínios do Estado de São Paulo (CCL ) em Itumbiara (GO), a Eleva fez um acordo com a CCL para produzir, em sua fábrica de São Paulo, produtos com a marca Elegê. A empresa também fez parceria com a CCPL do Rio.

No negócio da Eleva, a operação lácteos vem ganhando importância. Tanto que o mercado sempre comentou a possibilidade de os controladores se desfazerem do negócio frango, que foi afetado no ano passado, principalmente por causa dos casos de gripe aviária no exterior. No primeiro semestre, 55,8% do faturamento da Eleva foi proveniente do setor de lácteos.

Mas uma negociação envolvendo a venda das duas operações nunca foi descartada pelo mercado. Grandes empresas estrangeiras chegaram a olhá-la, mas nenhuma transação vingou.

Com o pedido da Eleva à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em agosto, para fazer uma oferta de ações para captar recursos no mercado – ainda em análise – analistas acreditavam que a empresa estava se preparando para crescer, por meio de aquisições e ampliações.

Para analistas, a fusão deve tirar o sono de Sadia e Parmalat, as maiores afetadas com o negócio. A Parmalat vinha ganhando espaço em leite longa vida no país e deve ser ultrapassada numa eventual junção. Também é um golpe para a Sadia, que ainda digere o acordo feito entre Perdigão e Unilever em margarinas.