Redação (24/09/07) – No dia 20 de agosto, o frango vivo ao produtor era cotado a R$ 1,85 o quilo na granja em São Paulo, segundo levantamento da Jox Assessoria Agropecuária. No fim da semana passada, estava em R$ 1,65. No período, o milho saiu de R$ 24,50 a saca para R$ 28, na região de Campinas, segundo a Jox. O indicador Esalq/BM&F para o milho ficou no dia 21 em R$ 27,67 a saca, alta de 15,88 % no mês.
"O custo já preocupa a avicultura", diz José Carlos Godoy, secretário-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Pintos de Corte (Apinco). "O milho está subindo rápido demais", acrescenta. A principal razão para a alta do milho são as exportações, estimuladas por prêmios elevados pagos pelos importadores europeus.
Enquanto o milho sobe, aumenta também a oferta de frango, o que pressiona os valores pagos aos avicultores. Na última quarta-feira, o frango caiu mais R$ 0,05, para R$ 1,60 o quilo na granja, segundo a Jox. Godoy explica que a mudança de estação em setembro – com dias mais longos – eleva a produtividade das matrizes de corte. Ocorre que a luminosidade estimula a produção e, assim, cresce a oferta de aves no mercado.
Em julho passado, o alojamento de pintos de corte atingiu 434,6 milhões de cabeças no país, alta de 12,12% ante o mesmo mês de 2006. A expectativa da Apinco é que tenha atingido 440 milhões de cabeças em agosto, sobre os 396,4 milhões de igual intervalo do ano passado.
Além da disponibilidade maior, Oto Xavier, da Jox, avalia que a greve dos fiscais agropecuários também pode estar levando exportadores de carne de frango a direcionarem mais produtos para o mercado interno. Para José Carlos Godoy, os preços do frango vivo aos produtores não devem subir no curto prazo. Ele pondera, contudo, que a demanda por carne de frango no mercado externo segue firme. "O mundo é comprador".
Na visão de Xavier, o frango continuará sendo uma "boa barganha" para o consumidor, já que custa menos que outras carnes. Ele diz ainda que a alta dos custos, por causa do milho principalmente, deve levar os produtores a trabalharem "com cautela". "Se normalizar as exportações, a atividade volta a ser rentável", acrescenta Xavier. (Alda do Amaral Rocha)