Redação (23/07/07) – A contribuição das commodities para o aumento do valor das exportações foi de 65% no primeiro semestre deste ano, com destaque para soja, minério de ferro, petróleo e carnes. O cálculo consta do relatório Macro Brasil elaborado pela equipe de análise econômica do Credit Suisse Brasil.
É esse desempenho das commodities que explica o fato de as exportações terem crescido neste ano, apesar da apreciação do real. Um ponto importante destacado pelo trabalho é a diversificação dos destinos das exportações. Os países com maior crescimento econômico têm pautas de importação que beneficiam as exportações brasileiras.
A Ásia, por exemplo, importa grãos, carnes e minérios, e o Oriente Médio, carnes e açúcar. Essa maior concentração do crescimento das exportações de commodities também se reflete no aumento da participação das maiores empresas exportadoras do país.
As 40 maiores empresas exportadoras foram responsáveis por 42,4% das exportações totais nos primeiros cinco meses do ano, contra 36,3% em 2002 e 33,4% em 2000. Dessas 40 empresas, a maioria, 28, é exportadora de commodities, das quais 16 são especializadas em commodities não-agropecuárias e 12 são ligadas à agropecuária.
O CS prevê para este ano US$ 157,1 bilhões em exportações, um aumento de 14% em relação a 2006. Em primeiro lugar, pelo aumento do preço acima do esperado para alguns produtos, em segundo, pela elevação das previsões para a safra agrícola, e, em terceiro, ao crescimento da demanda global, o que favorece as exportações brasileiras.
De acordo com o estudo do CS, o desempenho das commodities também está ligado à ampliação da capacidade produtiva nos setores em que o Brasil tem vantagens comparativas mais evidentes, como alimentos e minerais. ”Diante do cenário de continuidade do forte crescimento da economia global, os investimentos programados nesses setores provavelmente contribuirão para as exportações nos próximos anos, mesmo diante da apreciação do real”, diz o relatório.