Redação SI (25/06/07) – Acredito que não seja necessário lembrar o que a suinocultura representa para a economia e socialmente para nossos municípios, região e Estado, talvez seja importante lembrar que esta fantástica suinocultura catarinense tem na sua base, fonte de tudo, o suinocultor, que tem uma média de idade de 47.3 anos.
Quem sabe melhor que qualquer dado econômico que nos orgulha, chamo a atenção das autoridades para o descaso com o setor.
Digo descaso quando se fala em Meio Ambiente, onde a responsabilidade e os custos continuam sendo do produtor, por mais que se busque ajuda em todas as esferas;
Falo de descaso quando se observa a política de preço mínimo do suíno, da intervenção do Governo Federal, na compra do excedente para regular o mercado;
Falo de descaso quanto ao empenho para esclarecer os reais motivos do embargo e a reabertura do mercado russo;
Falo de descaso quando do tratamento diferenciado que se dá ao sistema de produção integrado e independente, prejudicando o setor mais frágil da cadeia produtiva, de alguma forma já excluído do processo, mas com grande importância social;
Falo de descaso, quando se comemora um fato histórico na suinocultura mundial que é a certificação pela OIE e muitos se vangloriam, mas se esquecem da iniciativa privada, (produtores e agroindústrias) que tiveram e ainda tem uma participação fundamental, mas que não são lembrados no momento das comemorações;
Mas falo principalmente do descaso com o setor produtivo, na participação das negociações com o mercado internacional. Por mais que se tenha oficializado este pedido às autoridades políticas por diversas vezes, porém por mais que a entidade e seus produtores tenham se colocado a disposição e colaborado nas ações de governo que estiveram ao alcance, continuamos sendo esquecidos. Mesmo que tenhamos feito três viagens ao exterior em comitiva, nunca foi por espírito democrático de lembrar de todos os elos da cadeia e sim, pela nossa insistência. Mesmo com dificuldades, mas sempre pagamos nossos custos de viagens, nunca pedimos ajuda a ninguém, embora tenhamos sido citados pelo governador do Estado, mais uma vez ficamos de fora de uma missão internacional. Missão esta que se assinará o Termo de Cooperação Técnica, que será honrado com recursos do setor produtivo e agroindústrias, que tem também sustentado grande ações para a conquista da certificação.
Seria oportuno que os setores governamentais deixassem mais claro o que pensam e esperam do setor produtivo. Se realmente temos alguma importância no setor e passem a nos respeitar como tal, ou somos mero tratadores de suínos e nossa missão termina quando o animal vai para o abate?
Desculpe, mas é preciso que se diga!