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Roraima quer ampliar área de soja para aumentar exportação

<p>Junto com os Estados Unidos, o estado de Roraima está concluindo o plantio de soja da safra 2007. Foram plantados 14 mil hectares em todo o estado, área semelhante a de uma fazenda de grande porte em Mato Grosso.</p>

Redação (01/06/07) – Trata-se do estado brasileiro com a menor área plantada da oleaginosa com colheita prevista para setembro, época de entressafra em todo o restante do País.

Essa situação marginal, no entanto, possui potencial ainda pouco explorado, segundo o secretário de Agricultura de Roraima, Álvaro Calegari. A estimativa da secretaria é de que exista no estado 1 milhão de hectares de savana sem restrições ambientais para serem ocupadas com agricultura. Atualmente, um hectare nessa região vale R$ 500, dez vezes menos que a mesma área em Rondonópolis, por exemplo (R$ 5,3 mil).

Mas, a localização geográfica é apontada como vantagens para os sojicultores de Roraima. Mais perto das hidrovias da Bacia Amazônica que a região Centro-Oeste, por exemplo, o estado tem a melhor logística para atender um cliente no qual está de olho há tempos: a Venezuela. Da capital, Boa Vista, até a fronteira são 200 km. Até a esmagadora venezuelana que desde 2004 importa soja do estado são mais mil quilômetros. "No entanto, o óleo diesel é muito barato na Venezuela, onde não há pedágio nas estradas", elenca Calegari. As exportações começaram há três anos em 1 mil toneladas e, em 2006, atingiram 8 mil toneladas, das cerca de 40 mil totais produzidas no estado, segundo a secretaria.

A esmagadora venezuelana abastece os mercados local e colombiano. Segundo Calegari, a importadora paga US$ 15 por saca, uma diferença de US$ 3 a US$ 4 do valor pago por uma tradding brasileira, que compra em Itacoatiara (AM). Em moeda nacional, o valor é R$ 28,8 a saca, mais do que os R$ 25 pagos em Rondonópolis, por exemplo. "A intenção é exportar 100% da nossa produção para esse país. Mas, para isso, precisamos ampliar área", diz Calegari.

Além de exportar diretamente, Calegari aponta como vantagem a possibilidade de, no frete de volta, trazer insumos. A Venezuela é importante produtor de fertilizantes fosfatados e nitrogenados, além de deter minas de calcário de boa qualidade. "Estimamos que esse mercado absorva produção equivalente a área de 500 mil hectares de soja, hoje comprados da Argentina, Paraguai e outros estados brasileiros com custo maior de frete".

Para Fernando Muraro, da AgRural, essa região ainda tem produção muito pequena, mas de fato, possui vantagens importantes na importação de insumos baratos e combustível. "E para soja logística é fundamental", completa.

Mas, se as condições são tão boas, porque Roraima, na safra 2007, repetiu a área de 14 mil hectares da safra passada? A resposta, segundo Calegari, está no desestímulo do câmbio. "Quem abre novas áreas, são produtores que estão com boa rentabilidade em outras propriedades e isso não está ocorrendo", diz.