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Mercado do milho põe indústrias em alerta no MS

<p>A crescente demanda mundial por milho já causou reflexos nos preços do grão e tem preocupado as indústrias de frango brasileiras.</p>

Redação (28/05/07) – Hoje, de acordo com informações da indústria Frango Vit, instalada em Campo Grande, o milho representa aproximadamente 70% do custo da ração para alimentar os frangos, sendo que sozinha a ração representa 70% dos custos totais para produção das aves. A ração é produzida, basicamente, de milho e de soja/farelo.

Diante do peso do milho no custo final do frango, as indústrias temem que novo aumento no preço da commodity possa comprometer os custos de produção, com possíveis reflexos na rentabilidade dos pequenos produtores integrados de aves e no preço final dos frangos aos consumidores.

No final do ano passado, o anúncio dos Estados Unidos de produzir etanol a partir de milho elevou demanda mundial pela commodity e impactou nos preços mundiais do grão, elevando o preço da saca, no Brasil, de R$ 11,50 para até R$ 17,00 em poucos meses. Hoje, a cotação da saca de milho gira em torno de R$ 16,00 em MS. Apesar da valorização significativa, o diretor da Frango Vit, Paulo Muniz, conta que o custo de produção ainda não foi afetado com a oscilação do custo do milho. "É natural que o preço do milho esteja elevado, mas acredito que a cotação deva se estabilizar entre R$ 14 e 16, a não ser que tenhamos nova alta na demanda", ponderou Paulo Muniz.

Expansão da produção

A Frango Vit industrializa atualmente 50 mil aves por dia em Campo Grande com consumo diário de 3 mil sacas de milho (180 toneladas) utilizadas para fabricação da ração para os frangos criados nas granjas dos 115 produtores integrados à empresa. Na Capital, a empresa tem 500 funcionários que trabalham no processamento e industrialização das aves para atender, principalmente, o mercado sul-mato-grossense. De acordo com o diretor Paulo Muniz, entre 5% e 10% da produção atual é direcionada para exportações, mas o projeto é dar início a outro turno de produção na indústria, para dobrar a produção, com meta de atingir abate diário de 100 mil aves. "Queremos ampliar as exportações a 40% da nossa produção", frisou.

Paulo Muniz conta que as ocorrências sanitárias relacionadas a focos de gripe aviária em países europeus e asiáticos fomentaram as exportações brasileiras de frango a partir da abertura de novos consumidores internacional. No entanto, ele ressalta que alguns fatores desfavorecem a competitividade da avicultura sul-mato-grossense. Para o diretor, os elevados custos de energia elétrica (a tarifa praticada em MS é a mais alta do País) aliados à falta de uma política tributária agressiva por parte do Governo estadual dificultam a comercialização dos produtos locais com outros estados. Segundo Muniz, os impostos cobrados para saída dos frangos industrializados de MS elevam os preços do produto comercializado com outros estados, de forma que a competitividade da produção fica prejudicada frente aos incentivos concedidos pelos estados vizinhos. "Se não tivermos o Estado como mentor da economia, dando autonomia para as empresas crescerem em patamar de igualdade com outros estados, vamos perdendo espaço, já que as margens de lucro são reduzidas", explicou.

O diretor da empresa ressaltou a necessidade também de uma política energética que possibilite a industrialização do Estado. "MS precisa definir seu projeto de desenvolvimento ou pelo menos copiar modelo dos estados vizinhos que estão dando certo, sob pena de não se desenvolver", finalizou Paulo Muniz.