Redação (14/05/07) – Esse cenário, aliado a problemas logísticos para a entrega do biodiesel à Petrobras, fizeram com que a empresa fechasse o primeiro trimestre deste ano com prejuízo líquido de R$ 526 mil. No período, a receita líquida da empresa foi de R$ 48,3 milhões.
O diretor-executivo de Administração e Finanças da Brasil Ecodiesel, Ricardo Viana, explica que a desvalorização cambial amorteceu o impacto da alta do óleo de soja no período. A relação contratual com os fornecedores permitiu que o aumento da matéria-prima fosse de apenas 5% no trimestre. Na Bolsa de Chicago (CBOT) os preços da commodity oscilaram mas, nas posições de final de dezembro a fim de março, subiram 36%. A desvalorização cambial no trimestre foi de 4%. "Do total de retração na nossa margem bruta, a alta do preço de soja representou 70%", estima Viana.
Por conta disso, o diretor afirma que está em fase de contratação o serviço de administração de risco para a incorporação de instrumentos de proteção de preço nos negócios.
Outro percalço enfrentado pela Brasil Ecodiesel no trimestre foi a falta de sincronia entre o aumento da produção e da logística de retirada do produto pela Petrobras. Com isso, dos 36 mil m que deveriam ser entregues em fevereiro à Petrobras, apenas 27 mil m foram retirados. A entrega dos 9 mil m restantes teve prazo repactuado para fornecimento no segundo e no terceiro trimestres. "Assim, esse volume não entregue, não gerou receita para a empresa. Isso representou R$ 18 milhões a menos no faturamento que deveria entrar no primeiro trimestre", quantifica.
Para este ano, a Brasil Ecodiesel deve entregar 466 mil mde biodiesel para a Petrobras. Na média, em 2007 a empresa terá produção de 500 mil m. A Brasil Ecodiesel entra 2008 operando 800 mil m, resultado de ampliação nas unidades já existentes e do início de funcionamento de outras três usinas em junho próximo: Rosário do Sul (RS), Dourados (MS) e Itaqui (MA).
Em operação desde o final 2005, a Brasil Ecodiesel até então vem usando apenas óleo de soja na produção do biodiesel. A partir da parceria com agricultores familiares, a empresa vai conseguir este ano reduzir a participação do óleo de soja para 70%. Os óleos de mamona e de girassol vão compor, respectivamente, 12% e 18% da totalidade de matéria-prima. Para 2010, o derivado de soja será reduzido a 20% e, o restante, distribuído entre mamona e girassol. Nesse ano, a empresa iniciará o esmagamento de pinhão-manso, que já começou a produzir experimentalmente em 26 mil hectares no Ceará e no Piauí.