Redação (14/05/07) – Neste dia as duas commodities tiveram forte alta na Bolsa de Chicago (CBOT): o milho, de 4,1% e a soja, de 2% (ambos de contratos com vencimento julho).
O relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado no dia 11, projeta estoque final de milho para os níveis mais baixos da história e uma produção bem ajustada à demanda, este último fato já esperado pelo mercado.
O estoque de milho nos Estados Unidos foi estimado em 24,06 milhões de toneladas, o equivalente a 7,6% da demanda interna que na temporada 2007/08 está projetada em 263,46 milhões de toneladas. "No ano passado, a relação estoque e demanda foi de 8,1%. A média histórica é de 21,6%", compara Leonardo Sologuren, sócio-diretor da Céleres.
O USDA projetou que do total de milho consumido internamente, 86,4 milhões de toneladas serão para produção de etanol, volume que na safra 2006/07 foi de 54,6 milhões de toneladas, alta de 58%. Como conseqüência, foi reiterada a expectativa de queda das exportações de milho pelos americanos que, na safra 2007/08 será de 50,1 milhões de toneladas, retração de 10% ante os 55,8 milhões de toneladas da 2006/07. São 5 milhões de toneladas a menos, volume significativo se considerar que o Brasil estima exportar este ano 8 milhões de toneladas. "Esse cenário abre mais oportunidades para as vendas externas de milho do Brasil em 2008", avalia o sócio-diretor da Céleres.
Com estoque baixo e produção ajustada à demanda, formam-se fundamentos altistas para o grão. Segundo Sologuren, os preços do milho devem voltar ao patamar de US$ 4 o bushel (vencimento segundo semestre) no curtíssimo prazo. Na sexta-feira, o contrato com vencimento em setembro encerrou o pregão a US$ 3,73 por bushel.
Já os estoques dos Estados Unidos para a soja foram projetados para a 2007/08 em 8,7 milhões de toneladas, metade do volume existente hoje, explica Gonzalo Terracini, da FCStone. "Com isso, o estoque passa a ser equivalente a 10,5% da demanda americana por soja, relação que na safra 2006/07 foi de 27%", compara Terracini.
Além disso, o USDA projetou produtividade de 41,5 bushel por acre, o que significaria o quarto ano consecutivo de boa produtividade. "Mas, a soja ainda nem foi plantada. O risco climático é grande. Há muitas etapas pela frente", pondera Terracini. O relatório do USDA também reiterou a estimativa de redução de 9,4 milhões de toneladas de soja, em detrimento do aumento da área de milho.