Redação SI (07/05/07) – Os resultados das exportações neste ano já indicam retorno aos níveis de 2005 – o melhor da história do setor. A perspectiva da abertura de três importantes mercados: Chile, Japão e Coréia do Sul, nos próximos 12 meses, fazem com que o setor projete para 2008 um ano de ouro.
A Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) estima resultados em 2007 ainda melhores que os de 2005, quando as vendas externas do setor atingiram 625, 3 mil toneladas ou US$ 1,16 bilhão. Se a previsão se confirmar, o crescimento ante o ano anterior será de quase 20%. Com os possíveis novos mercados, a expansão do setor em 2008 poderá se manter nessa mesma velocidade.
"É razoável projetarmos para 2008 um crescimento semelhante ao ocorrido em 2005, o melhor da história do setor", acredita o diretor da AgraFNP, José Vicente Ferraz. "Em 2008 podemos ter o ano dos suínos", diz Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs. Ele não quis fazer uma previsão do potencial do mercado, mas admitiu que os números de 2007 já indicam a provável superação de 2005.
Além de apagar a palavra crise do dicionário – as vendas em 2006 caíram 15,5% -, registrados no último trimestre de 2005, os exportadores de suínos trabalham com a possibilidade da abertura de três novos mercados a partir da mudança de status de Santa Catarina, no próximo dia 25, quando o estado poderá ser reconhecido mundialmente como livre de febre aftosa sem vacinação. Os possíveis novos compradores do Brasil pagam até 30% mais caro pela carne.
Como o País já enviou uma missão ao Chile, a estimativa é que este seja o primeiro novo mercado a ser aberto após o referendo da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Segundo o presidente da Abipecs, este mercado está mais próximo de ser alcançado porque o Brasil já enviou missão ao país. Camargo Neto lembra que o Chile é um mercado pequeno, mas simbólico, porque muito exigente em termos de sanidade.
Outro potencial comprador é o Japão, maior importador mundial de suínos, com 1,2 milhão de toneladas. Técnicos daquele país virão ao Brasil em outubro. Ferraz considera factível a possibilidade de o País vender pelo menos 100 mil toneladas aos japoneses em 2008. Camargo Neto acredita que, com a venda ao Japão, a Coréia do Sul também passaria a comprar do Brasil – hoje os sul-coreanos adquirem 235 mil toneladas de suínos de outros países.