Redação (18/04/07) – A entrada de investimentos estrangeiros no setor agrícola também tem contribuído com os negócios, de acordo com Miguel Arab, diretor da consultoria Trevisan.
As usinas Cosan e São Martinho, no interior de São Paulo , foram as primeiras a fazer oferta pública de ações , e outras empresas podem seguir o mesmo caminho. “O setor está crescendo e se profissionalizando”, reitera o diretor da Trevisan.
Pequenas e médias
Segundo Arab, no passado, empresas pequenas e médias não tinham histórico de usar consultoria estratégica. “Quando achavam um consultor competente, elas contratavam o profissional para trabalhar internamente. Com o tempo elas perceberam que não era vantajoso, já que enquanto parte do quadro de funcionários o especialista não apresentava a mesma competência”, afirma. O executivo explica que as grandes empresas já têm por hábito trabalhar com consultorias.
“As empresas menores que desejam crescer ou que estão com problemas intensificam a busca por consultorias. Nosso trabalho nessa área está muito voltado para empresas pequenas e médias que caminham para um crescimento futuro”, diz Arab.
A consultoria da Trevisan atua em três linhas: estratégia, finanças e gestão.
Mauro Akio, sócio de Auditoria da Baker Tilly, empresa que atua somente com pequenas e médias empresas, afirma que o mercado de consultoria, de uma maneira geral, tem obtido aumento de trabalho na área de 30% a 40% ao ano.
Segundo Arab, considera-se pequena uma empresa que fatura até R$ 20 milhões por ano. Já uma média tem receita entre R$ 21 milhões e R$ 100 milhões.
Até o final do ano, a Baker Tilly, que possui cinco escritórios, inaugurará mais quatro em cidades como Joinville (SC), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte (MG).
A mais recente inauguração foi em Fortaleza (CE). A nova filial tem como pontos fortes a prestação de serviços de auditoria interna e gestão de riscos.
Foco
“Um dos focos de nossos trabalhos tem-se direcionado para empresas estrangeiras interessadas em adquirir companhias nacionais e as brasileiras que estão sendo vendidas para as estrangeiras”, afirma Akio. Segundo a empresa, a expectativa é de crescer 140% no faturamento no mercado brasileiro até dezembro de 2007.
A Baker Tilly também enfoca empresas brasileiras de porte médio que queiram expandir suas atividades a outros países, seja orientando-as na busca de capital em outros mercados, auditando suas contas locais ou implantando os mecanismos de governança corporativa requeridos por esses países.
A empresa também quer levar expertise [perícia, habilidade, conhecimento] em alguns segmentos e serviços a outros estados. Em Brasília, por exemplo, está implantando um sistema de gestão hospitalar que identifica e procura soluções para deficiências no âmbito administrativo e financeiro de uma unidade de saúde, e que pode ser aplicado em qualquer empresa.
Consultoria x Contabilidade
Os escritórios de contabilidade têm avançado sobre o mercado de consultoria. Com avanços tecnológicos, como a implantação da nota fiscal eletrônica, por exemplo, tem sobrado mais tempo aos contadores para se dedicarem a serviços de consultoria. Para atender à demanda de seus clientes os escritórios firmam parcerias e acabam dividindo a remuneração obtida com o serviço. Apesar do foco da Trevisan em pequenas e médias empresas, o executivo não acredita que os escritórios de contabilidade possam se tornar concorrentes. “Eles desenvolvem serviços muito pontuais”, justifica.
Assim como as consultorias percebem o interesse das empresas familiares na profissionalização de seus negócios, os escritórios de contabilidade também têm a mesma sensação.
Segundo contadores, agora estes empreendedores querem entender o que significa cada “número” de sua empresa. Com esta transformação, os contabilistas passam a ser tornar parceiros na gestão do negócio.