Redação (09/04/07) – O suinocultor Cláudio Ianoski trabalha integrado a uma agroindústria. Ele recebe o suíno e a ração para engordar o animal e depois de quatro meses o entrega ao frigorífico.
Pela mão-de-obra e as instalações ele ganha no fim de cada período entre R$ 8,00 e R$ 10,00 por suíno, mas já chegou a receber R$ 16,00 no ano passado. A queda no preço vem trazendo dificuldades ao produtor, que precisa pagar despesas fixas, como energia elétrica, manutenção da estrutura e um funcionário para ajudar na atividade. “Seria mais ou menos empatando, porque lucro tem muito pouco”, diz ele.
Se a situação dos integrados já é difícil, a dos criadores independentes, que precisam arcar com todos os custos sozinhos, é ainda mais grave. Em épocas de crise a agroindústria reduz o preço pago e eles amargam o prejuízo.
O custo de produção do suíno é de aproximadamente R$ 1,85 o quilo, mas os produtores independentes estão recebendo dos frigoríficos R$ 1,15 – um prejuízo de R$ 0,70 por animal, que está preocupando o criador Euclécio Pelizza. Cento e quarenta famílias trabalham para o suinocultor na criação, mas pelo menos 30 já foram avisadas que não poderão mais trabalhar na granja. Ele precisa reduzir o plantel para conseguir pagar as contas. “O que ocorre é que não estamos conseguindo comprar milho para os menores e os maiores às vezes ficam sem comer. Um animal que deveria valer R$ 200,00 está valendo R$ 115,00. Como é que você vai comprar ração? Vai comprar só para uma parte. A outra tem de ficar sem, infelizmente”, conta Euclécio.
A Conab anunciou que pretende lançar um programa especial para ajudar os criadores de suínos do Sul do país. A idéia é comprar animais dos criadores por um preço mínimo de R$ 1,97. Mas a decisão ainda precisa ser aprovada pelos Ministérios da Agricultura e da Fazenda.