Redação (22/03/07) – Vinte toneladas de milho é a quantidade consumida por dia numa granja em Fortaleza. O grão representa 70% da ração das galinhas poedeiras. O problema é que o Estado do Ceará só produz 20% do milho necessário para a alimentação das aves. O restante precisa ser comprado dos Estados de Goiás e Mato Grosso.
E a valorização do grão na bolsa de Chicago se transformou em mais um motivo de dor de cabeça para os avicultores cearenses. O aumento do consumo de milho para produzir álcool nos Estados Unidos fez o preço do produto disparar no mercado internacional.
Por aqui os produtores também sentiram a diferença. Em março do ano passado a saca de milho custava R$ 19,00. Hoje custa R$ 27,00. Em um ano o milho ficou 40% mais caro, o que representou um aumento do custo dos agricultores cearenses em 20%. Uma das alternativas para os produtores seria voltar a importar o milho da Argentina – isso porque o transporte é mais barato. Enquanto o frete da Argentina sai por R$ 40,00 a tonelada, o de Goiás custa R$ 230,00.
Mas o milho argentino é transgênico e a importação foi proibida em 2005. O avicultor Mardem Alencar está conseguindo economizar de 3% a 5% do custo final da ração das galinhas substituindo parte do milho por sorgo. “A gente consegue comprar de 20% a 30% mais barato do que o milho e, com isso, eu consigo diminuir a procura pelo milho e o meu custo na ração“, diz.
O presidente da Associação de Avicultores do Ceará, Bessa Júnior, defende a liberação da importação do milho transgênico. “Quem abasteceu o Nordeste foi a Argentina e ela tem uma safra recorde”.
A importação de milho transgênico da argentina só pode ser autorizada pela Comissão Nacional de Biossegurança.