Redação (22/03/07) – volume alcançou 232.215 toneladas, 16,76% mais que em fevereiro de 2006 e a receita com as vendas foi de US$ 296,72 milhões, alta de 21,48% sobre igual mês do ano passado, segundo a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef).
"Há uma recuperação. A expectativa é de um ano bom", afirmou o presidente da Abef, Ricardo Gonçalves, acrescentando que não tem havido novas notificações de gripe aviária. Em 2006, os casos do vírus H5N1 prejudicaram a demanda mundial e pressionaram as vendas externas de carne de frango do Brasil. A avaliação do executivo é de que a fase de pânico em relação à gripe aviária foi superada.
A preocupação do setor agora é com a alta dos preços do milho no mercado internacional por conta da maior demanda para etanol. Conforme Gonçalves, essa alta já se reflete nos preços do frango na exportação, pois foi preciso repassar o aumento de custo de produção por causa do milho mais caro. O valor médio, até o dia 18 de março, da tonelada de frango vendida ao exterior ficou em US$ 1.320, informou. Em março de 2006, o preço médio foi de US$ 1.178 por tonelada, segundo a Abef. Gonçalves disse que o mercado está "absorvendo o repasse" e acrescentou que a melhora na demanda também sustenta a alta dos preços.
Com as cotações aumentando, o presidente da Abef admite que a receita com as vendas externas no ano "pode ser melhor do que o esperado" inicialmente, assim como o preço médio. A projeção da entidade é de embarques de 2,850 milhões de toneladas, 5% mais que 2006. Para a receita, a previsão inicial é de US$ 3,420 bilhões, alta de 6,8% sobre 2006 e para o preço médio, US$ 1.200 por tonelada.
A melhora nos embarques em fevereiro se deve, segundo ele, a um aumento da venda para Japão, União Européia e Oriente Médio. No caso da UE, o incremento se explica porque importadores estão se estocando antes da entrada em vigor das novas cotas impostas ao Brasil, a partir de 1º de julho.
Gonçalves disse ainda que o setor espera a visita de uma missão do México, que tem interesse em carne mecanicamente separada (para produção de salsichas, por exemplo). Há ainda negociações com Malásia e Estados Unidos.
Apesar da recuperação, há apreensão, segundo Gonçalves, com uma possível greve dos fiscais agropecuários. Uma greve desses profissionais, em novembro de 2005, fez os exportadores deixarem de embarcar 50 mil toneladas, disse.(AAR)