Redação (13/03/07) – Esse será o destaque do próximo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC, na sigla em inglês), que será apresentado em abril, em Bruxelas. Parte do relatório, que trata dos efeitos das mudanças climáticas, foi revelada no domingo pela agência de notícias Associated Press e traça um cenário de fome, sede, desastre e doença.
Entre seus destaques está o fato de que dezenas de milhões de latino-americanos e centenas de milhões de africanos sofrerão com falta de água em 2020. Em 2050, a escassez afetará um bilhão de asiáticos. Malária, dengue, diarréia e outras doenças associadas à contaminação da água e ao calor matarão cada vez mais nos próximos anos. A fome aumentará. Por volta de 2080, 600 milhões passarão fome.
Os países frios do Hemisfério Norte serão beneficiados pelo aumento de áreas propícias à agricultura devido a temperaturas amenas. Já no Sul ocorrerá o contrário: áreas agricultáveis encolherão. Plantações de soja e cana-de-açúcar poderão ser prejudicadas na América Latina, com efeitos visíveis já nos próximos dois ou três anos.
As previsões, baseadas em estudos revisados, são consideradas conservadoras. Tudo o que não foi comprovado ficou de fora. Segundo o IPCC, a Europa perderá as geleiras menores e os lagos encolherão até 2050. No fim do século, metade das espécies de plantas européias estará extinta ou ameaçada. Ursos polares e outros animais serão levados à extinção.