Redação (16/02/07) – A alta no preço das aves já passa dos 15%, mais que o dobro do aumento verificado nos suínos e bovinos. Segundo levantamento da Safras & Mercado, desde o início de 2007 até meados de fevereiro os preços do frango subiram 16,2% – passando de R$ 1,60 para R$ 1,86 o quilo em São Paulo. “A produção está mais equilibrada em relação ao ano passado e, além disso, os preços do boi também estão em alta”, argumenta Paulo Molinari, analista da Safras & Mercado.
O diretor da AgraFNP, José Vicente Ferraz, também acredita que parte da alta seja o repasse do aumento dos custos de produção. Desde setembro as cotações do milho no mercado interno valorizaram-se cerca de 20%. Ferraz acrescenta que há ainda uma recuperação do mercado de aves porque houve “um problema indireto desde o começo do ano passado”, em virtude da “crise da gripe aviária”.
Os preços do boi gordo também estão mais altos. Segundo dados da Safras & Mercado, as cotações elevaram-se 7,8%, saindo de R$ para 55 a arroba em São Paulo. Molinari explica que as chuvas estão afetando o setor, diminuindo a oferta de gado mesmo na safra. Isso porque os caminhões dos frigoríficos não conseguem entrar nas fazendas para retirarem os animais.
Ferraz acha que parte da valorização do boi gordo seja “uma espera” dos pecuaristas que acreditam em reversão de ciclo e altas maiores. Segundo ele, os produtores que fazem apenas engorda e terminação estão com dificuldade de obtenção de animais de reposição – pois os preços estão mais altos.
O “patinho feio” das proteínas animais é o porco. As cotações dos suínos estavam em cerca de R$ 35 a arroba no início do ano e agora chegam a R$ 37 a arroba em São Paulo – valorização de apenas 5,7% no período. “O mercado está praticamente estável. Esperamos a abertura de Santa Catarina para a Rússia. Talvez isso dê mais liquidez”, avalia Molinari.
Aftosa
Ontem os governos brasileiro e boliviano assinaram acordo de cooperação na área sanitária. No acordo, está prevista a doação de 3 milhões de doses de vacina contra a febre aftosa para a Bolívia, sendo 1 milhão de doses neste ano e o restante em 2008 – condicionado à elaboração de plano de aplicação das vacinas pelos bolivianos.