Redação (16/02/07) – Provocada pelo excesso da oferta no mercado interno, a redução dos preços pagos aos produtores chegou aos R$ 0,10 por quilo e, somada à possibilidade de alta no custo de produção, cria cenário de crise no setor.
Durante o ano de 2006, a queda no preço dos animais vivos foi de 24%, um índice salgado para os produtores de suínos. O ano começou com indícios de que a situação ia mudar. No entanto, a redução do preço foi outro balde de água fria. Na granja em que mantém 1,8 mil cabeças, o suinocultor Ivo Feranti encerrou o primeiro mês do ano com prejuízo de R$ 4,5 mil para cada lote de 450 animais que entrega para o abate.
Feranti mantém uma parceria com abatedouros pequenos do norte do Estado e não sentiu retração no consumo. Porém, o preço do quilo vivo do animal, aliado à possibilidade de aumento no custo de produção, é sinônimo de mais prejuízo. – O preço não é justo e há uma pressão muito grande para subir o valor dos grãos – salienta.
Em uma atividade em que o ciclo não pára, o produtor teme a alta do milho e da soja, que refletirão diretamente no custo de produção. O valor do quilo do animal para produtores independentes é de R$ 1,90 e, para os integrados, ainda menor, R$ 1,65.
O preço máximo se manteve em R$ 2,08, enquanto o mínimo está fixado em R$ 1,89, muito abaixo dos R$ 2,11 que estão sendo mantidos no mercado do sudeste do país. O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), Valdecir Folador, acredita que a queda vai prejudicar os 12 mil suinocultores do Estado: – Os preços hoje mal cobrem os custos de produção da atividade.