Redação (14/02/07) – O vírus H5N1 da gripe aviária é diferente dos vírus comuns da gripe humana, o H1N1 e o H3N2, e por isso cientistas temem que uma mutação no germe da gripe aviária poderá provocar uma grande epidemia entre humanos, já que o sistema imunológico das pessoas não estaria “treinado” para combatê-lo. Uma pesquisa publicada na revista especializada PLoS Medicine, disponível online, sugere, no entanto, que a imunidade contra o H1N1 pode conceder um certo grau de proteção contra o H5N1.
As letras “H” e “N” referem-se a duas proteínas presentes no vírus, a hemaglutinina e a neuraminidase, que podem existir em diversas formas.
Para realizar a pesquisa, os cientistas do St. Jude Childrens Research Hospital, nos EUA, imunizaram ratos contra a gripe humana, usando DNA que induziu as células dos animais a gerar a nauraminidase do H1N1. Eles em seguida examinaram a resposta imunológica dos ratos à N1 do vírus humano (huN1) e à N1 do vírus H5N1 (avN1).
A maioria dos ratos reagiu à vacina de DNA gerando anticorpos que reconheceram a huN1. Alguns poucos também criaram anticorpos que atacaram a avN1. Metade dos ratos sobreviveu à infecção com um vírus contendo avN1.
Os pesquisadores então testaram amostras de sangue de 38 voluntários humanos para a capacidade de atacar a nauraminidase do H1N1 e do H5N1. A maioria das amostras reagiu bem contra a proteína do vírus da gripe humana, e algumas também atacaram a proteína da gripe aviária.
Segundos o artigo, esses resultados indicam que uma vacina contendo o huN1 faz com que ratos tenham uma proteção parcial contra o vírus da gripe aviária, e sugere que algumas pessoas podem ter anticorpos capazes de atacar o H5N1, por conta de um contato prévio com o H1N1.