Redação (29/01/07) – Com a crescente demanda de milho para a produção de etanol, os criadores de suínos estão se preparando para aumento dos preços de ração, que ameaça a permanência de alguns fazendeiros neste setor.
O firme aumento do cereal foi tema de seminário realizado durante o Congresso de Suínos em Iowa, evento que reuniu por dois dias criadores do Meio Oeste.O chefe executivo do Conselho Nacional dos Produtores de Suínos, Neil Dierks, afirma que a situação é tão preocupante que alguns produtores poderão optar por desistir do negócio. “No momento, a maioria dos criadores de suínos está no seu limite”, disse.
Jerry Shurson, professor especializado em gerenciamento e nutrição para suínos da Universidade de Minnesota, considera que a situação poderá melhorar se os fazendeiros usarem resíduo de destilado de grãos, conhecido como dried distillers grains, para produzir ração. O produto é obtido a partir do bagaço resultante do milho depois da produção de etanol e pode ser usado na alimentação animal. Atualmente, muitos fazendeiros já usam este método, com cerca de 20% a 30% do produto combinado ao uso do milho convencional, disse Shurson.
De acordo com o professor, o valor energético do resíduo destilado de grãos é igual ao do milho, mas existe um receio quanto o alto teor de gordura e baixa quantidade de proteínas. Mas alguns especialistas estão preocupados quanto ao aumento de preços desse produto também. “As pessoas esperam que o resíduo destilado de grãos seja mais barato, por causa da disponibilidade”, disse o executivo do conselho de produtores. “Mas este não é o caso”, afirma.
Para o economista do Centro para Agricultura e Desenvolvimento Rural da Universidade de Iowa, Bruce Babcock, a elevação dos preços da ração também poderá afetar o setor de carnes. “Se o país vai atender a necessidade das indústrias de etanol terá que reduzir o volume para ração e para alimentos”, conclui.