Redação (25/01/07) – A demanda por sementes de milho para a segunda safra (safrinha) supera as expectativas das indústrias e indicam o plantio de uma superior às estimativas de consultorias e do governo. Dados preliminares da Associação Paulista dos Produtores de Sementes e Mudas (APPS, que representa as indústrias de sementes de milho), as vendas para a segunda safra estão entre 20% e 25% superiores às registradas na safrinha 2005/06, quando o setor comercializou 64,9 mil toneladas de sementes.
Conforme a entidade, a área tende a ser pelo menos 20% superior à do ciclo 2005/06, alcançando 3,9 milhões de hectares. “As indústrias relatam uma demanda superior a 20%. Algumas já há apostam que a área alcançará 4 milhões de hectares”, diz Cássio Camargo, secretário-executivo da APPS.
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a maior área de milho já plantada na safrinha foi de 3,563 milhões de hectares, no ciclo 2002/03. A Conab prevê para 2006/07 uma ampliação de 5,8% sobre os 3,274 milhões plantados no ciclo passado. As consultorias Safras&Mercado e Céleres estimam expansão próxima de 10%, para 3,38 milhões de hectares.
“O milho está em uma boa fase de preços e por isso os agricultores estão entusiasmados em plantar”, afirma Ivo Carraro, diretor de pesquisa e produção da Coodetec. Ele não tem estatísticas fechadas, mas confirma que a demanda por sementes de milho supera as previsões do governo, sobretudo no Sul e no Centro-Oeste do país.
De acordo com Jason de Oliveira Duarte, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, o aumento de consumo de milho para etanol nos Estados Unidos e a conseqüente alta nos preços internacionais estimulou uma corrida pelo plantio na safrinha. A demanda de rações para atender às exportações de carnes também aumentou, diz. “Toda a conjuntura contribui para um aumento da safrinha acima dos níveis estimados pela Conab.”
Duarte acrescenta que a produção de milho na safrinha normalmente é feita por agricultores altamente tecnificados e que preferem os híbridos – de maior produtividade – em função dos altos riscos de perdas em função de geadas e veranicos que ocorrem com mais freqüência nesse período.
A Pioneer, divisão de sementes da americana DuPont, que na safra passada respondeu por 33% do mercado de sementes de milho, estima um aumento de 50% nas vendas em relação ao ciclo 2005/06.
“O mercado está bastante aquecido, principalmente no Paraná, que normalmente já responde por mais da metade da safrinha”, afirma Carlos Werlang, gerente nacional de vendas da Pioneer.
Ele observa que o crescimento está acima da média do mercado devido à demanda mais acentuada por sementes de alto valor agregado (híbridas), foco da empresa. “Os produtores que têm recursos estão investindo em alta tecnologia, principalmente as cooperativas.”