Redação (23/01/07) – O crescimento, de 1,4%, foi decorrente da queda das exportações brasileiras de carne de frango, em 2006, por causa do avanço da gripe aviária, que reduziu a demanda externa e aumentou a oferta no mercado interno.
“Houve aumento do consumo de carne de frango porque as exportações recuaram”, afirma José Carlos Godoy, secretário-executivo da Apinco. A produção brasileira de carne de frango ficou praticamente estável (alta de 0,06%) sobre 2005, somando 9,353 milhões de toneladas no ano passado. Enquanto isso, as exportações do produto in natura recuaram 6,38%, para 2,585 milhões de toneladas, conforme dados da União Brasileira de Avicultura (UBA).
Com produção estável e exportação menor de frango, a oferta doméstica cresceu 2,76%, para 6,768 milhões de toneladas. Considerando uma população de 186,5 milhões, o consumo per capita ficou em 36,3 quilos.
Godoy observa que a produção de carne de frango ficou estável, apesar da queda do alojamento de pintos de corte em 2006, porque a queda nas vendas externas afetou, principalmente, os embarques do chamado griler, um frango de pequeno porte, destinado ao Oriente Médio. Com menos demanda pelo produto, as aves acabaram ficando no mercado interno, ganhando mais peso, o que influenciou o volume final de produção.
Em 2006, o alojamento nacional somou 4,576 bilhões de pintos de corte, um recuo de 2,55% sobre 2005, segundo a Apinco. Para este ano, a expectativa de Godoy é que haja “normalização” do setor. “Se a exportação [de frango] continuar em recuperação, o setor deve ter um crescimento de 4% a 5% sobre 2006”, diz o secretário-executivo. Ele avalia que as recentes notícias de novos casos de gripe aviária em países da Ásia não devem prejudicar a demanda por frango, como ocorreu no ano passado.
“Em 2006, a influenza aviária bateu na porta da Europa: quatro pessoas morreram na Turquia, país que é candidato a entrar na União Européia”, ponderou. A situação é diferente hoje, avalia. Além disso, atualmente a opinião pública está melhor informada sobre a doença do que estava em 2006. Para Godoy, o consumo só seria afetado em caso de a gripe aviária fazer vítimas humanas num país “mais próximo e desenvolvido”. Enquanto as vítimas se restringirem à Ásia e África, isso não deve ocorrer.
Em sua visão, a recente queda nas ações de empresas como Sadia e Perdigão por causa de novos casos de gripe se deve a “uma leitura equivocada do mercado”. Ontem, mais uma vez, as ações de ambas recuaram na Bovespa. Os papéis ON da Perdigão tiveram queda de 1,24%; no mês, o recuo é de 9,53%. Já as ações da Sadia perderam 0,44%; no mês, a queda é de 5,22%.