Redação (19/01/07) – De acordo com o documento, também foram abertos corredores sanitários para que o produto paranaense possa chegar ao Rio Grande do Sul. Segundo o secretário da Agricultura, Newton Pohl Ribas, este é o primeiro resultado positivo das reuniões realizadas na quarta-feira (17), em Florianópolis e Porto Alegre, entre Ribas e os secretários de Agricultura dos outros dois estados da Região Sul, técnicos do Ministério da Agricultura, representantes dos sindicatos das indústrias de carnes e de produtores.
Ribas ressaltou que para o Paraná ter sucesso na recuperação de seu status sanitário de área livre de febre aftosa, com vacinação, junto à Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), é importante que os dois estados ponham fim às barreiras sanitárias impostas à carne produzida no Paraná.
“Se Santa Catarina e o Rio Grande do Sul não reconhecerem todo o trabalho que o Paraná desenvolveu para recuperar seu status sanitário desde outubro de 2005,quando o Ministério da Agricultura reconheceu a existência de focos de aftosa no Estado, a OIE vai reconhecer?”, questionou Ribas.
Em Florianópolis, ele apresentou ao secretário da Agricultura, Antônio Ceron, o relatório com todas as ações praticadas pelo Governo do Paraná no combate à doença. “Cumprimos todo o regulamento previsto pelo Ministério e as regras estabelecidas pela OIE. Foi um trabalho árduo, penoso e muito difícil. Mas cumprimos nosso dever-de-casa”, afirmou.
O secretário também lembrou que entre o final deste mês e fevereiro o relatório do Paraná sobre a atual situação sanitária do Estado deverá ser apresentado ao comitê técnico da OIE em Paris. “A reunião da OIE está marcada para março. Mas estamos reivindicando que seja adiantada para que possamos recuperar nossa posição no cenário internacional o quanto antes. Por isso, é importante que Santa Catarina e o Rio Grande do Sul levantem suas barreiras antes do encontro da OIE”, disse.
“Devemos evoluir nessa questão, com a sensibilidade política que o caso requer. Vou trabalhar sempre para tirar obstáculo, e não pôr mais algum. Ninguém será uma ilha de sucesso com problemas ao seu redor. Se Santa Catarina é um estado exportador, tenho que trabalhar na linha de que não posso ser uma saída sem ser uma entrada. Devemos respeitar o pleito do Paraná, que é legítimo e esperamos que as soluções venham”, disse.
O secretário nacional de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Maciel, destacou as ações desenvolvidas pelo Paraná para superar a crise gerada pela suspeita de aftosa. “Confiamos no trabalho feito no Paraná porque nossa equipe técnica acompanhou tudo. Recebemos uma equipe européia que veio ver o que fizemos no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Para eles, o que realizamos foi bastante rigoroso. Temos certeza que o Paraná fez conforme o relatório apresentado pelo secretário Ribas. O que é importante para o País”, disse Maciel.
O diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Jamil Gomes de Souza, lembrou que as medidas foram tomadas conforme o Brasil se posicionou diante dos demais países e organizações internacionais. Segundo ele, se os Estados querem conquistar alguns mercados importantes para a carne, o momento deve ser este. Para ele, de acordo com a visão internacional, o bloqueio de um estado vizinho é muito ruim. “Seguramente, temos que rever isso”, completou.
O presidente do Sindicarne (Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado do Paraná), Péricles Salazar, também elogiou o trabalho desenvolvido pelo Governo do Paraná desde o início da crise. “Participamos da situação desde o início. E ratificamos a solicitação que está sendo feita”, afirmou.
Rio Grande do Sul – Na reunião com o secretário interino da Agricultura do Rio Grande do Sul, Celso Bernardi, Newton Pohl Ribas voltou a relatar as ações desenvolvidas no Paraná com o objetivo de recuperar o status sanitário do Estado. Ele reforçou o pedido para que o Rio Grande do Sul reveja a barreira sanitária imposta à carne produzida no Paraná e volte a permitir a entrada do produto paranaense. “Precisamos normalizar o comércio interestadual. As instruções normativas do Ministério deveriam recuperar o comércio entre os Estados. Por isso, nosso pleito está de acordo com o estabelecido legalmente”, disse.
Bernardi disse reconhecer o esforço, a capacitação e a competência do Paraná na retomada de seu status sanitário. Segundo ele, a possibilidade do fim das restrições à carne paranaense deverá ser discutida na primeira semana de fevereiro. “A flexibilização será discutida a partir da primeira semana do próximo mês, já que o novo secretário assumirá a nossa Secretaria da Agricultura dia 22 de fevereiro. Então, o novo secretário discutirá o assunto”, explicou.
Ribas informou que saiu da reunião otimista. Ele informou que o vice-governador Orlando Pessuti esteve em contato com a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, e com o senador Sérgio Zambiazi (PTB-RS) nesta quinta-feira (18) durante a reunião do Mercosul, que acontece no Rio de Janeiro. Crusius disse que, após a posse do novo secretário da Agricultura do Rio Grande do sul, oestado adotará as providências para atender as reivindicações do Paraná.
O secretário destacou que acredita no fim das restrições por parte do Rio Grande do Sul. “Apesar do radicalismo do presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, em defender a manutenção das restrições anteriores, que dizem respeito a carnes e animais vivos provenientes do Paraná e não têm apoio na legislação federal”, concluiu