Redação (07/12/06) – A barulheira é bem-vinda aos ouvidos do criador Gilberto Patzold. Ela é sinônimo de aviário cheio, isto é, de trabalho.
Ele é criador integrado, passou por um bom aperto no primeiro semestre deste ano por causa da queda nas exportações. O mercado europeu diminuiu o consumo com medo da gripe aviária.
Em Cascavel a cooperativa mandou menos lotes de frango para os integrados e a granja de Gilberto chegou a ficar até 40 dias vazia.
De outubro para cá a situação começou a mudar. O medo da gripe das aves passou e as exportações estão sendo retomadas.
A chegada do Natal, época em que o consumo aumenta, também mexeu com a produção.
A esperança é melhorar. O mercado está reagindo então a esperança é ter bastante trabalho de novo, diz o criador.
Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Pintos de Corte, a Apin, em outubro o alojamento foi de 410 milhões de aves, 5% a mais do que no mês de setembro.
O problema é que o mercado não está absorvendo esse aumento de produção. Tanto o consumo interno como as exportações não reagiram como as empresas esperavam.
Por causa do aumento da oferta o quilo do frango abatido e resfriado vendido pelas cooperativas do Paraná caiu 10% nos últimos 30 dias. Uma cooperativa em Cafelândia, oeste do Estado, passou de 230 mil para 270 mil frangos abatidos por dia. Agora novos aumentos da produção só com comprador garantido.
Se nós tivermos a cabeça no lugar e produzirmos de maneira equilibrada, nossa expectativa é de resultados positivos. Mas se nós, como produtores, exageramos no volume de alojamento e produção, conseqüentemente, vamos ter dificuldades e preços baixos no mercado, pondera o presidente da cooperativa Copacol, Valter Pitol.
O mercado independente do frango, em São Paulo, também apresenta queda. O quilo vivo está sendo vendido a R$ 1,15, queda de 11% em 30 dias.