Redação (17/11/06) – Pesquisadores da Universidade do Colorado (EUA) acabam de anunciar o desenvolvimento de um novo teste à base de microplaquetas genéticas capaz de identificar, com rapidez e a um baixo custo, diferentes cepas do vírus da Influenza.
Desde que a Influenza Aviária começou a assustar o mundo, em 2003, deixando inclusive um rastro de casos humanos fatais, cientistas de todos os continentes passaram a dedicar particular atenção tanto ao desenvolvimento de vacinas eficientes como à descoberta de um sistema rápido e eficiente de identificação do vírus, já que a rapidez é fator fundamental no controle da doença.
Há, nesse sentido, inúmeros registros, mundo a fora, de desenvolvimento de novos testes de diagnóstico. Nenhum deles, porém, foi avalizado por qualquer órgão ou entidade de saúde pública, exceto o presente, que vem recebendo comentários públicos favoráveis até da Dra. Nancy Cox, diretora da Divisão de Influenza do CDC, o principal organismo norte-americano de controle e prevenção de doenças. Segundo a Dra. Cox, uma vez no mercado, a nova tecnologia irá revolucionar a forma como são realizados os testes laboratoriais de Influenza.
De acordo com os responsáveis pelo novo teste, utilizando uma microplaqueta genética (batizada de MChip) o sistema conseguiu identificar corretamente 21 entre 24 diferentes cepas de H5N1 isoladas de pessoas, aves e gatos e nunca apresentou um falso positivo isto significando que nunca indicará que uma infecção está sendo causada pelo H5N1 quando isso não for verdade.
O uso de microplaquetas genéticas está se tornando comum nos testes laboratoriais. Consiste numa placa de vidro ou silicone recoberta por camadas de material genético DNA ou RNA reagente ao contato com determinadas substâncias. No caso em pauta, foi utilizado um gene de vírus da Influenza que apresenta menos mutações que outros vírus do gênero. Nos testes de eficiência realizados, foram avaliadas amostras de H5N1 coletadas nos últimos três anos ao redor do mundo em pessoas e animais.
Em oposição aos testes convencionais – que, mesmo no caso da gripe humana comum, demandam vários dias para apresentar resultados consistentes nosso teste permite determinar tipo e subtipo do vírus em menos de sete horas, afirma o Dr. Robert Kuchta, um dos pesquisadores da Universidade do Colorado envolvidos no projeto.
Desenvolvido o processo, agora as discussões se concentram na forma de comercialização do MChip, cuja fabricação custa menos de 10 dólares, acrescenta a Professora de Química Kathy Rowlen, líder do projeto financiado pelo Instituto Nacional da Saúde dos EUA.
Segundo, ainda, a Dra. Rowlen, um dos objetivos da pesquisa era atender às necessidades de países em desenvolvimento e, através da OMS – Organização Mundial da Saúde, disponibilizar para esses países kits portáteis, eficientes e baratos para o diagnóstico de doenças respiratórias .
O resultado final foi mais além: na reação, o teste de microplaqueta genética ilumina-se com uma série de pontos fluorescentes. Para automatizar o reconhecimento dos padrões e reduzir o risco de erro humano na interpretação, os pesquisadores desenvolveram uma rede neural artificial capacitada a reconhecer os padrões distintivos indicadores da presença de H5N1.
MChip: A Tool for Influenza Surveillance foi publicado na edição de 15 de novembro do journal Analytical Chemistry, da Sociedade Americana de Química.