Redação (16/11/06) – Entre julho e setembro, a receita líquida consolidada da empresa alcançou R$ 491,4 milhões, ainda 10,2% menor que a do mesmo período de 2005, mas já 8,2% superior ao valor do segundo trimestre deste ano. Já o prejuízo líquido ajustado de R$ 5,6 milhões registrado de abril a junho foi compensado pelo lucro líquido de R$ 5,4 milhões do terceiro trimestre – que ainda ficou 71,6% abaixo do que o resultado de igual intervalo do ano passado.
Segundo Rami Goldfajn, presidente e principal executivo do grupo, os resultados refletem um contínuo crescimento no segmento de lácteos – principal negócio do grupo, dono da marca Elegê -, a reabertura do mercado russo para a carne suína exportada a partir do Rio Grande do Sul e a recuperação dos embarques de carne de frango.
No caso dos suínos, a trava russa derivou da descoberta de febre aftosa em bovinos no Mato Grosso do Sul e no Paraná, no fim de 2005; no do frango, foi o temor com a gripe das aves, principalmente em países europeus, que freou as vendas de todo o Brasil. Desatados esses nós, são positivas as perspectivas da Avipal para o quarto trimestre em praticamente todos os segmentos, conforme Goldfajn. A exceção talvez venha dos suínos, mas porque as exportações em geral para a Rússia recuam normalmente no fim do ano em virtude do congelamento dos portos daquele país.
O terceiro trimestre também serviu para melhorar o desempenho do grupo no acumulado do ano, apesar de a desvantagem em relação ao ano passado persistir. De janeiro a setembro, a receita líquida da Avipal somou R$ 1,4 bilhão, ainda 6,9% abaixo do mesmo período do ano passado, enquanto o prejuízo líquido ajustado ficou em R$ 18,3 milhões, ante lucro líquido de R$ 54,2 milhões nos primeiros nove meses de 2005.
Nesse intervalo, os investimentos do grupo gaúcho atingiram R$ 64 milhões – R$ 47,8 milhões do total destinados à frente de carnes e R$ 14 milhões ao segmento lácteo, que terá uma nova planta na fábrica da empresa na cidade de Ijuí, onde já há uma unidade produtora. Além disso, explica o executivo, a Avipal está aplicando neste ano R$ 40 milhões em ações de marketing para nacionalizar e fortalecer a marca Elegê, que já lidera o mercado brasileiro de leite longa vida e cuja linha de produtos vem sendo ampliada.
“É uma campanha importante, que não deixa de ser uma novidade para o grupo”, afirmou Goldfajn ao Valor. Segundo ele, o processo de nacionalização da marca Elegê ganha força especialmente em São Paulo, no Rio de Janeiro e nas regiões Nordeste e Norte do país. Nessa linha estratégica, os lácteos tendem a permanecer como principal foco do grupo no longo prazo, mas com a manutenção de um relativo equilíbrio na divisão das vendas.
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