Redação (10/10/06) – Em visita ontem ao país, o comissário europeu para Saúde e Proteção do Consumidor, Markus Kyprianou, elogiou a política de defesa sanitária brasileira, mas cobrou urgência na implementação de planos de rastreabilidade e de controle de limite de resíduos. Ele foi pessimista ao prever um prazo à abertura do mercado europeu à carne suína brasileira.
A produção nacional ainda estaria distante dos padrões sanitários exigidos pela Comunidade Européia. Kyprianou não apontou as eventuais falhas do setor, mas aceitou os pedidos do ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, para dar início imediato às negociações.
Os dois se reuniram ontem em Brasília. Para facilitar as conversações, o ministro propôs a criação de um comitê técnico permanente entre o Brasil e a União Européia. – Esta é uma negociação urgente, mas será muito longa – avalia Guedes Pinto. Exigência dos países do continente é maior As restrições impostas pela UE não envolvem o embargo russo à carne suína, que somente para os produtores catarinenses provoca um prejuízo de US$ 1 milhão por dia, segundo cálculos do governo do Estado.
O comissário fez um alerta: cada vez mais os países europeus estão aumentando o grau de exigência nos aspectos sanitários. De toda a produção agropecuária brasileira, 32,5% são exportados para a União Européia. No último ano, o ministério investiu R$ 51 milhões em sete laboratórios de análise na área animal. Parte desses recursos foi aplicada em programas de controle de resíduos, uma das principais preocupações dos mercados importadores e que limita a quantidade de hormônios, fungicidas, herbicidas e outros agroquímicos aplicados em carnes, frutas e pescados.